Trump afirma que governo dos EUA firmou acordo para deter 10% da Intel
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana que a Intel, uma das maiores fabricantes de semicondutores do mundo, teria fechado um acordo com o governo norte-americano permitindo que o país passe a deter 10% de participação acionária na empresa. A declaração foi feita durante um discurso público voltado à política industrial e tecnológica, reforçando a agenda de soberania econômica que tem marcado seu segundo mandato.
Segundo Trump, o acordo representaria uma mudança estratégica para garantir o controle nacional sobre cadeias de produção consideradas críticas, especialmente em meio ao cenário de tensão geopolítica e à crescente competição tecnológica com países asiáticos. O presidente afirmou que a medida está alinhada com os esforços do governo para reconstruir a base industrial dos Estados Unidos e assegurar independência em setores como chips, inteligência artificial e defesa cibernética.
“O que estamos fazendo é histórico. Os Estados Unidos não vão mais depender de ninguém para tecnologia essencial. A Intel concordou em permitir que o governo detenha 10% da empresa como parte de um novo acordo. Isso é sobre segurança nacional, empregos e o nosso futuro”, declarou Trump durante o evento.
Embora o anúncio tenha chamado a atenção do mercado e da mídia internacional, até o momento a Intel não se pronunciou oficialmente sobre a suposta negociação. A ausência de detalhes formais e a falta de confirmação por parte da empresa geraram cautela entre analistas financeiros e especialistas em políticas industriais, que preferem aguardar declarações institucionais para avaliar a real extensão do entendimento.
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia promovido uma série de ações voltadas ao fortalecimento da produção nacional, especialmente no setor de tecnologia. Seu retorno à presidência em 2025 reforçou esse foco, com medidas adicionais de incentivo à indústria americana, restrições à exportação de tecnologias sensíveis e aumento dos investimentos federais em inovação.
A declaração sobre a Intel se insere nesse contexto de política industrial ativa. Desde o início do ano, o governo vem ampliando programas como o novo American Tech Sovereignty Plan, que prevê parcerias entre o setor público e privado para garantir que os Estados Unidos estejam na vanguarda das tecnologias do futuro. A participação acionária direta em empresas estratégicas seria, segundo membros da atual administração, uma forma de garantir alinhamento entre os interesses corporativos e os objetivos de segurança nacional.
Economistas observam que uma eventual entrada do governo como acionista da Intel teria implicações relevantes. Além de reforçar o comprometimento do Estado com o setor de semicondutores, abriria precedentes para ações semelhantes em outras áreas tecnológicas estratégicas. A medida também poderia influenciar a governança corporativa das empresas envolvidas, especialmente no que diz respeito à localização de fábricas, políticas de exportação e controle de propriedade intelectual.
Por outro lado, críticos da proposta apontam riscos de interferência governamental excessiva no setor privado e questionam os critérios para esse tipo de participação acionária. Defensores, porém, afirmam que, diante das ameaças à soberania tecnológica, medidas mais firmes são justificáveis e necessárias para preservar a competitividade americana no longo prazo.
Enquanto a Intel não confirma nem nega publicamente o teor das declarações de Trump, o mercado acompanha com atenção os desdobramentos da fala presidencial. Caso o acordo seja formalizado, poderá marcar uma nova fase na relação entre o governo dos EUA e empresas de tecnologia, com impactos significativos tanto no cenário doméstico quanto na disputa geopolítica global por liderança tecnológica.