Mercados europeus encerram pregão em alta impulsionados por expectativa de redução de juros nos EUA
As principais bolsas de valores da Europa fecharam a sessão desta quinta-feira em campo positivo, influenciadas pela crescente percepção de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, poderá promover um corte nas taxas de juros em breve. Esse cenário gerou otimismo entre investidores globais e contribuiu para o avanço dos índices acionários no continente europeu.
O dia foi marcado por ganhos em várias praças financeiras, com destaque para os mercados de Frankfurt, Paris e Milão. O índice DAX, da bolsa alemã, avançou em resposta à melhora do humor internacional, enquanto o CAC 40, da França, também registrou valorização expressiva. Já a bolsa de Londres teve desempenho mais moderado, afetada por dados internos mistos e pela força da libra esterlina frente ao dólar.
A movimentação positiva reflete a avaliação de que o ciclo de aperto monetário conduzido pelo Fed pode estar próximo do fim. A divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos, como a desaceleração da inflação ao consumidor e sinais de moderação no mercado de trabalho, reforçaram a possibilidade de flexibilização da política monetária americana nas próximas reuniões.
Para analistas de mercado, a expectativa de juros mais baixos nos Estados Unidos reduz a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano e estimula a busca por ativos de maior risco, como ações — inclusive fora do território americano. Isso tende a beneficiar bolsas de países desenvolvidos, como os da Europa, que ganham fluxo de capitais internacionais em meio à reprecificação de expectativas.
O setor de tecnologia, em especial, foi um dos principais responsáveis pelo avanço dos índices, com empresas do segmento registrando altas consistentes diante do novo cenário macroeconômico. Papéis de instituições financeiras também subiram, acompanhando o movimento global, enquanto setores mais defensivos, como o de consumo básico, tiveram desempenho mais contido.
Na avaliação de gestores europeus, o mercado já vinha antecipando uma possível mudança de tom por parte do Fed, mas a confirmação de dados mais brandos de inflação deu impulso adicional aos ativos. Apesar disso, há cautela quanto à efetividade e ao ritmo com que o banco central dos EUA poderá iniciar os cortes, especialmente diante da necessidade de garantir estabilidade econômica no longo prazo.
Além do fator americano, também houve reações a eventos internos. Na zona do euro, membros do Banco Central Europeu (BCE) mantiveram discurso de prudência quanto à política monetária, indicando que cortes de juros por lá deverão ocorrer de forma mais lenta e cuidadosa. Isso não impediu, no entanto, que os mercados reagissem positivamente ao ambiente externo mais favorável.
Investidores seguem atentos às agendas econômicas e políticas tanto nos EUA quanto na Europa. A divulgação de novos dados de inflação, indicadores de atividade e possíveis sinalizações do Fed nas próximas semanas serão determinantes para os próximos movimentos dos mercados financeiros.
Mesmo com a recuperação do dia, agentes de mercado alertam que a volatilidade ainda pode permanecer elevada, especialmente diante da incerteza global quanto ao futuro da política monetária, à guerra comercial entre grandes potências e ao andamento de conflitos geopolíticos em curso.
Ainda assim, o fechamento majoritariamente positivo das bolsas europeias nesta sessão foi visto como um sinal de confiança renovada, pelo menos no curto prazo, de que um cenário de juros mais baixos globalmente poderá abrir espaço para uma retomada mais consistente nos mercados acionários internacionais.