Economia

Vice-presidente defende crescimento da renda como base sólida para fortalecer setor turístico

Em declarações recentes, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou que o estímulo ao turismo nacional passa, antes de qualquer outra medida, pelo fortalecimento do poder de compra da população brasileira. A afirmação, feita em tom enfático durante um evento econômico voltado ao setor de serviços, reflete a visão de que o turismo interno depende diretamente do avanço da renda e da inclusão econômica como pilares centrais para o seu desenvolvimento sustentável.

Para Alckmin, o turismo não deve ser enxergado apenas como uma atividade ligada a viagens, lazer ou grandes eventos. Ele enfatiza que o setor é um reflexo direto das condições de vida da população: quanto maior a renda disponível, maior a circulação de pessoas, o consumo em hotéis, restaurantes, passagens, atrações culturais e comércio regional. Segundo ele, a política turística deve estar integrada a uma estratégia mais ampla de crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda.

Renda como motor do turismo interno

O argumento central do vice-presidente gira em torno de um conceito simples: com dinheiro no bolso, as famílias tendem a consumir mais serviços de lazer, cultura e entretenimento — e isso inclui viagens, mesmo que curtas, dentro do território nacional. Ao mesmo tempo, o turismo doméstico torna-se uma ferramenta poderosa para dinamizar economias locais, sobretudo em cidades que dependem do fluxo de visitantes para gerar empregos e renda.

Nesse contexto, Alckmin defende que políticas voltadas à valorização do salário mínimo, ao combate ao desemprego e à formalização do trabalho são tão importantes para o turismo quanto investimentos em infraestrutura, marketing ou incentivos fiscais para empresas do setor. A lógica é clara: sem renda, não há viajante.

Turismo como vetor de desenvolvimento regional

O vice-presidente também ressalta que o turismo é uma das formas mais eficazes de descentralizar a economia, levando riqueza e oportunidade a regiões fora dos grandes centros urbanos. Municípios litorâneos, cidades históricas, áreas de ecoturismo e rotas gastronômicas são exemplos de localidades que podem se beneficiar diretamente da circulação de brasileiros com maior poder aquisitivo.

Segundo ele, quando a renda aumenta, mesmo viagens de fim de semana, excursões familiares e feriados prolongados ganham mais força, ativando cadeias produtivas inteiras: do transporte aos alimentos, do artesanato local à rede hoteleira. O turismo, portanto, não é apenas um setor isolado — é um conector de oportunidades econômicas.

A visão integrada entre economia e turismo

Alckmin, que também atua como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tem defendido um modelo de desenvolvimento que valorize setores de alto impacto social e regional. Em sua visão, o turismo deve ser tratado como um eixo transversal, que dialoga com a industrialização, a sustentabilidade, a geração de empregos verdes e a qualificação profissional.

Ele aponta que o Brasil possui uma variedade inigualável de destinos turísticos — naturais, culturais e históricos — mas ainda enfrenta dificuldades para transformar esse potencial em volume constante de visitantes e movimentação econômica. A chave para essa virada, segundo ele, está em ampliar a inclusão econômica da população, para que mais brasileiros possam acessar esse mercado.

O papel das políticas públicas e da parceria com o setor privado

Na avaliação do vice-presidente, a atuação do poder público deve priorizar a geração de um ambiente propício para o turismo, com investimentos em infraestrutura viária, segurança, qualificação de mão de obra e promoção internacional. Mas ele enfatiza que essas ações precisam caminhar junto a uma política econômica que assegure crescimento da renda real dos trabalhadores e acesso ao crédito para famílias e pequenos empreendedores.

Alckmin também destaca a importância das parcerias com o setor privado. Ele acredita que hotéis, operadoras, restaurantes, empresas de transporte e produtores culturais têm um papel essencial em promover experiências acessíveis e de qualidade para os turistas brasileiros. Entretanto, sem um público consumidor com capacidade de gastar, todo o investimento em oferta corre o risco de ficar subutilizado.

Turismo e desigualdade: um desafio estrutural

A defesa do aumento da renda como motor do turismo também esbarra em um problema histórico do país: a desigualdade social. Enquanto uma parte da população tem acesso frequente a viagens e experiências culturais, milhões de brasileiros ainda não conseguem viajar sequer uma vez por ano — seja por falta de recursos, tempo, segurança ou informação.

Por isso, Alckmin propõe que o turismo seja tratado como parte de uma política de inclusão social, com ações voltadas para reduzir os custos do setor, facilitar o acesso a pacotes turísticos populares e ampliar o número de feriados prolongados regionais, que estimulam o deslocamento interno sem necessidade de grandes gastos.

Uma visão para o futuro do turismo brasileiro

O vice-presidente projeta um futuro em que o Brasil consiga equilibrar o fluxo de turistas internacionais com um turismo interno vigoroso, impulsionado por uma economia em expansão. Ele acredita que esse equilíbrio só será alcançado quando o crescimento econômico for sentido de forma concreta pela maioria da população.

Em sua fala, ele sintetizou essa visão com uma frase simbólica: “Se o povo estiver bem, o turismo vai bem. Se o povo estiver empregado e ganhando melhor, o país inteiro viaja junto.” A frase resume a convicção de que, para fortalecer o setor, é preciso antes garantir que as famílias brasileiras tenham estabilidade financeira, perspectivas de consumo e liberdade para viver experiências que ultrapassem o básico da sobrevivência.

Conclusão: turismo como reflexo da qualidade de vida

A posição defendida por Alckmin reposiciona o turismo não apenas como um setor econômico, mas como um termômetro da qualidade de vida da população. Quando mais brasileiros podem conhecer o próprio país, explorar suas culturas e consumir serviços ligados ao lazer e à experiência, isso revela não apenas o crescimento do turismo — mas também uma melhora real na vida das pessoas.

A proposta de fomentar o setor a partir da ampliação da renda é, portanto, mais do que um plano de política econômica. É uma visão de país onde o turismo deixa de ser privilégio e passa a ser parte da vida cotidiana da população.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *