Petrobras Dá Início ao Processo de Contratação para Unidade de Produção de Combustíveis Sustentáveis no Interior de São Paulo

A Petrobras deu o primeiro passo formal rumo à consolidação de sua estratégia voltada à transição energética ao iniciar o processo de contratação para a implantação de uma nova planta dedicada à produção de bioquerosene de aviação (BioQAV) e diesel renovável no estado de São Paulo. A iniciativa representa um marco na diversificação da matriz energética da estatal e reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento de soluções de baixo carbono.

A unidade será construída na Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada no município de São José dos Campos, um importante polo industrial e tecnológico do interior paulista. O projeto faz parte do plano estratégico da companhia para os próximos anos e está inserido no esforço global de ampliação da oferta de combustíveis sustentáveis, voltados principalmente aos setores de transporte aéreo e rodoviário — dois dos mais desafiadores na corrida pela descarbonização.

O início da contratação de serviços e fornecimento de equipamentos representa uma etapa crucial para a materialização do projeto, que envolve engenharia, tecnologia de processos, logística, licenciamento ambiental e mão de obra qualificada. A Petrobras pretende estabelecer parcerias com empresas especializadas, nacionais e internacionais, com foco em inovação, eficiência e sustentabilidade.

A planta terá capacidade para produzir tanto o bioquerosene de aviação, conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel), quanto o diesel renovável, obtidos a partir de matérias-primas como óleos vegetais, gorduras residuais e resíduos orgânicos industriais. Esses combustíveis têm potencial para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa em comparação aos derivados fósseis, contribuindo para metas ambientais nacionais e internacionais.

O BioQAV é considerado peça-chave para o futuro da aviação, pois pode ser utilizado em motores convencionais de aeronaves sem necessidade de adaptação, permitindo uma redução substancial nas emissões de carbono do setor aéreo, historicamente difícil de descarbonizar. Já o diesel renovável representa uma alternativa limpa ao diesel convencional, podendo ser empregado em veículos pesados e frotas urbanas com ganhos ambientais relevantes.

Segundo a Petrobras, a iniciativa se alinha aos compromissos assumidos pela companhia em sua agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança), que prevê investimentos crescentes em fontes renováveis, eficiência energética e inovação tecnológica. A empresa já havia sinalizado, em comunicados anteriores, sua intenção de ampliar a atuação em segmentos além do petróleo e gás natural, acompanhando a tendência global das grandes empresas de energia.

A escolha do estado de São Paulo para a instalação da planta não é aleatória. A região concentra infraestrutura logística robusta, mão de obra especializada e proximidade com centros de pesquisa e desenvolvimento, o que facilita a implementação de tecnologias avançadas e acelera a integração da nova unidade ao ecossistema energético nacional.

Além disso, o projeto deve gerar impactos positivos na economia local, com a criação de empregos diretos e indiretos, estímulo à cadeia de fornecedores e movimentação do setor de engenharia e construção. A expectativa é que, ao longo da implantação e operação da planta, centenas de postos de trabalho sejam criados, favorecendo o desenvolvimento regional.

A Petrobras ainda não divulgou a data exata para o início da construção nem o cronograma completo de execução da obra, mas indicou que o processo de contratação é o primeiro de uma série de etapas técnicas e regulatórias que antecedem o início das operações. A previsão inicial é que a planta entre em funcionamento entre o final de 2026 e o início de 2027, desde que todas as licenças e aprovações necessárias sejam obtidas dentro do prazo estimado.

A entrada da companhia nesse segmento é vista com atenção pelo setor energético e pelos mercados internacionais, que acompanham de perto os movimentos das grandes petroleiras em direção a modelos de negócio mais sustentáveis. A Petrobras busca, com esse projeto, consolidar-se como protagonista na produção de combustíveis renováveis na América Latina.

Com essa iniciativa, a estatal brasileira sinaliza sua disposição de atuar ativamente no processo de transição energética global, equilibrando sua operação tradicional com o desenvolvimento de soluções compatíveis com os desafios ambientais do século XXI. O avanço do projeto será acompanhado com grande expectativa, tanto por especialistas do setor quanto por investidores atentos à evolução das políticas climáticas corporativas.