Economia

Associação Brasileira Aponta Queda nas Vendas Externas de Frango em 2025 Devido ao Impacto da Gripe Aviária

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que as exportações de carne de frango do Brasil devem apresentar uma retração em 2025, como reflexo direto dos impactos causados pela gripe aviária. A entidade, que representa o setor produtivo e exportador de proteínas animais no país, estima que o volume embarcado para o exterior será menor do que em anos anteriores, interrompendo uma sequência de crescimento sustentado que vinha sendo observada.

Embora o Brasil ainda mantenha sua posição como o maior exportador global de carne de frango, o cenário para 2025 inspira cautela. De acordo com a ABPA, o surto de gripe aviária, que atingiu algumas regiões do país em 2024, embora contido, teve repercussões importantes sobre a percepção de risco por parte dos mercados compradores internacionais. Isso levou à imposição de restrições temporárias por parte de alguns países e ao adiamento de novos contratos de importação.

A gripe aviária, que historicamente tem sido uma ameaça cíclica à produção global de aves, gerou alertas em todo o setor produtivo brasileiro. Mesmo com ações rápidas de contenção, fiscalização e isolamento dos focos, a detecção de casos em aves silvestres e, em menor escala, em criações comerciais, foi suficiente para acionar protocolos sanitários em diversos países parceiros, afetando diretamente a confiança no produto brasileiro.

Segundo a ABPA, a expectativa é que as exportações de carne de frango em 2025 sofram uma queda moderada, em torno de 3% a 5%, em comparação com os volumes embarcados em 2024. Apesar de não se tratar de um colapso no comércio exterior do setor, a redução reflete a necessidade de reconstrução da imagem sanitária e de reconquista de mercados mais sensíveis a esse tipo de ocorrência.

A entidade ressalta que, mesmo com a queda prevista, o Brasil seguirá como um dos principais fornecedores globais de carne de frango, sustentado por uma cadeia produtiva altamente tecnificada, ampla capacidade de produção e rigorosos protocolos sanitários. A queda no volume exportado será compensada, em parte, pelo aumento no consumo interno e pela busca de novos mercados menos restritivos em relação à gripe aviária.

Além disso, a ABPA destaca que o país segue livre de influenza aviária de alta patogenicidade em escala industrial, mantendo os padrões de segurança alimentar exigidos internacionalmente. O impacto principal ocorreu na imagem e na confiança, fatores que demandam tempo e estratégia para serem restaurados por completo.

Para lidar com a situação, o setor tem intensificado medidas de biosseguridade, investido em campanhas de informação junto a países importadores e articulado com autoridades sanitárias nacionais e internacionais para demonstrar a eficácia do sistema de controle adotado no Brasil. A reabertura de mercados temporariamente fechados e a retomada da confiança por parte de grandes compradores estão entre as prioridades da agenda do setor para os próximos meses.

Analistas do mercado agropecuário apontam que o setor de proteína animal brasileiro é resiliente e deve recuperar os patamares de exportação assim que os efeitos da crise sanitária forem dissipados. O histórico positivo da indústria avícola brasileira, com décadas de cumprimento de exigências sanitárias rigorosas, favorece a reconstrução de parcerias e contratos.

A ABPA também projeta que, a partir de 2026, as exportações possam voltar a crescer, especialmente com a reestruturação de acordos comerciais e a ampliação do acesso a novos mercados, como países do Oriente Médio, Sudeste Asiático e América Latina, onde há demanda crescente por proteína acessível e de alta qualidade.

Enquanto isso, o setor continua a monitorar rigorosamente qualquer nova ocorrência de gripe aviária, em colaboração com o Ministério da Agricultura, governos estaduais, organismos internacionais e produtores locais. A vigilância e a transparência são apontadas como ferramentas essenciais para evitar novas interrupções no fluxo comercial.

Em resumo, a projeção de queda nas exportações de carne de frango do Brasil em 2025, divulgada pela ABPA, reflete o impacto da gripe aviária sobre a confiança internacional no setor, mas também destaca a capacidade de resposta rápida e de reorganização da indústria avícola nacional. Com medidas firmes e cooperação institucional, o setor se prepara para retomar o crescimento no médio prazo e manter sua liderança global.

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