Motta fortalece apoio às punições, mas críticas ressaltam que “rachadinha” desmoraliza o Congresso
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, recebeu respaldo para aplicar punições mais rígidas contra deputados que protagonizaram obstruções e condutas consideradas antidemocráticas dentro do Parlamento. Porém, parte dos próprios colegas alertou que casos como o de “rachadinha” — desvios de salários de assessores — prejudicam a imagem da Casa e reforçam sua descrença pública.
Apoio às punições
Lideranças da maioria dos partidos defenderam medidas disciplinares firmes. Motta, por sua vez, reforçou que ações como invasão à Mesa Diretora ou obstrução de sessões legislativas são graves e merecem rigor. Algumas vozes indicaram que a suspensão de mandatos — por até seis meses — e encaminhamento ao Conselho de Ética são necessários para preservar o funcionamento do Legislativo.
Rachadinha como desmoralização
Por outro lado, parlamentares e analistas destacaram que, mesmo com punições adequadas, o histórico de práticas como rachadinha minam a credibilidade da Câmara diante da sociedade. A percepção é de que, enquanto essas práticas persistirem, qualquer iniciativa punitiva interna continuará sendo vista com ceticismo. Esse duplo fator — falhas éticas e disputa política — expõe uma crise de legitimidade ainda maior.
Tensões internas e repercussões
O episódio reforça a polarização interna no Congresso: de um lado, a defesa da ordem institucional; do outro, o desgaste institucional gerado por casos anteriores. A dificuldade de promover reformas profundas no comportamento parlamentar — já que o Conselho de Ética tem baixos índices de cassação — amplia a sensação de impunidade.