Economia

Dólar em alta e Bolsa em queda: bancos sofrem com tensão entre Brasil e EUA

O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de forte instabilidade, marcado pela disparada do dólar e uma queda expressiva da Bolsa de Valores. O cenário reflete o impacto direto das tensões crescentes entre o Brasil e os Estados Unidos, que têm colocado os bancos no centro da crise.

Dólar dispara e investidores buscam proteção

O dólar comercial encerrou o pregão com alta de mais de 1%, aproximando-se de R$ 5,50. O movimento foi impulsionado pela saída de investidores de ativos de risco e pela busca de proteção em moeda forte diante da incerteza política e econômica.

Bolsa despenca com bancos no foco

O Ibovespa recuou mais de 2%, caindo para a faixa dos 134 mil pontos. O setor bancário foi o mais afetado: Banco do Brasil chegou a perder 6% de valor de mercado, enquanto Itaú, Bradesco, Santander e BTG também registraram quedas expressivas, entre 3% e 5%. O temor dos investidores é que as instituições financeiras fiquem em uma posição delicada entre atender às exigências do sistema judicial brasileiro e respeitar sanções impostas pelos EUA.

O impasse jurídico e geopolítico

A recente decisão que condiciona a aplicação de sanções internacionais no Brasil à análise do Supremo Tribunal Federal trouxe insegurança às operações dos bancos com presença global. Essas instituições passam a enfrentar o dilema de obedecer à legislação nacional e, ao mesmo tempo, não comprometer suas relações com autoridades estrangeiras.

Somado a isso, o atrito comercial entre Brasil e Estados Unidos, intensificado pelas tarifas de 50% aplicadas sobre exportações brasileiras, ampliou o nervosismo no mercado. A percepção é de que o país pode perder competitividade internacional e enfrentar represálias que afetam diretamente o fluxo de capitais.

Perspectivas

O episódio mostra que a combinação entre fatores políticos, jurídicos e diplomáticos pode rapidamente contaminar a confiança no mercado financeiro. Para analistas, os próximos dias serão decisivos para avaliar até que ponto governo e Judiciário conseguirão reduzir as incertezas e oferecer estabilidade às instituições financeiras e investidores.

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