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Buscas por “Felca” e “adultização infantil” disparam após vídeo-denúncia e mobilizam Congresso

A publicação do vídeo “adultização” pelo youtuber Felca, no dia 6 de agosto, gerou uma enorme repercussão nas redes sociais e rapidamente alcançou esferas institucionais. Em apenas alguns dias, o conteúdo ultrapassou 30 milhões de visualizações, impulsionando uma onda de discussões sobre a sexualização de crianças e adolescentes nas redes. Como consequência direta, as buscas pelos termos “Felca” e “adultização” dispararam nas plataformas digitais, refletindo a comoção pública com o tema.

No vídeo, Felca expõe casos graves envolvendo a exposição de menores de idade por criadores de conteúdo digital, com destaque para o influenciador Hytalo Santos. O material mostra situações em que adolescentes aparecem em contextos sugestivos e comportamentos inadequados, como danças sensuais, linguagem sexualizada e, em um dos casos, uma jovem de 17 anos no pós-operatório de uma cirurgia para colocação de próteses de silicone. As imagens levaram o Ministério Público da Paraíba a abrir uma investigação formal, tanto contra o influenciador quanto contra os responsáveis legais pelos menores.

A repercussão do caso ultrapassou o universo online. Em Brasília, deputados e senadores de diferentes espectros ideológicos se uniram para reagir à denúncia. Apenas dois dias após a publicação do vídeo, foram protocolados 17 projetos de lei que tratam da proteção de crianças na internet, abordando temas como responsabilização de plataformas, penalização de conteúdos sexualizantes e novas regras para a presença de menores em vídeos monetizados. O presidente da Câmara afirmou que o tema seria tratado como prioridade, por tocar “em uma ferida aberta da sociedade”.

Entre as propostas, uma das mais comentadas é o projeto apelidado de “Lei Felca”, que busca tipificar o crime de adultização infantil no ambiente digital, responsabilizando não apenas criadores de conteúdo, mas também famílias e empresas envolvidas em produções com esse perfil. A proposta também prevê ações preventivas, como sistemas de detecção automática e filtros para impedir a disseminação desse tipo de material nas redes sociais.

O movimento também gerou apoio de artistas e figuras públicas. Nomes como Glória Perez, Claudia Leitte e Luísa Mell elogiaram a coragem do youtuber ao denunciar uma prática comum, mas muitas vezes ignorada por autoridades e plataformas digitais. Pesquisadores da UFRJ, psicólogos e entidades de proteção à infância também se manifestaram, apontando que o caso escancarou a urgência de uma regulamentação mais rígida sobre o uso da imagem de crianças na internet.

Enquanto as investigações seguem, o vídeo de Felca segue sendo amplamente debatido e usado como base para um movimento nacional que pretende frear a normalização da exploração infantil digital. A comoção popular, somada à articulação política, indica que as denúncias podem desencadear uma mudança estrutural no tratamento do tema no Brasil.

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