Heleno afirma que foi ‘mal interpretado’ ao falar em “virar a mesa” na eleição
O general da reserva Augusto Heleno, em sua defesa apresentada ao Supremo Tribunal Federal, afirmou que as falas dele sobre “virar a mesa” e “agir contra determinadas pessoas”, proferidas em reunião ministerial de julho de 2022, foram interpretadas de forma equivocada e não têm ligação com uma tentativa de golpe de Estado.
O que a defesa declarou
- A fala “se tiver que virar a mesa, é antes das eleições” foi apresentada no contexto de uma discussão das possibilidades no campo das ideias, sem qualquer planejamento ou ação concreta para ruptura institucional. A defesa ressalta que as expressões foram ditas em tom figurado e motivadas pelo clima político da época, e não com a intenção golpista.
- A defesa argumenta que não há prova de que o general tenha participado de discussões sobre golpe ou de eventos vinculados à trama apontada pela acusação. Segundo os advogados, benignamente se referiu a acordos prévios discutidos dentro do campo formal de atuação de um ministro-chefe do GSI — sem qualquer ação extrapolando esse escopo.
- Quanto à frase “agir contra determinadas instituições e determinadas pessoas”, a defesa interpreta como mera hipótese de atuação administrativa, na busca de apoio ou respostas dentro das esferas institucionais, sem ter havido qualquer desdobramento prático ou ilegal.
Situação processual
A defesa concluiu as alegações finais no processo em que Heleno é acusado de envolvimento em trama golpista. Os documentos seguem agora para análise final do relator no STF, ministro Alexandre de Moraes, que deverá ordenar o julgamento na Primeira Turma.