Grupo de rap é banido da Hungria após protestos com manifestação em favor da Palestina
O governo da Hungria proibiu a entrada e a apresentação do grupo de rap irlandês Kneecap no país por três anos, o que gerou uma série de reações tanto dentro quanto fora da Hungria. A justificativa oficial das autoridades foi que os músicos teriam feito discursos antissemitas e demonstrado apoio público a grupos militantes como Hamas e Hezbollah, o que foi interpretado como uma ameaça à segurança nacional. O grupo, porém, negou veementemente essas acusações e afirmou que suas manifestações são baseadas na solidariedade à causa palestina, criticando o que consideram uma tentativa política de silenciar vozes que denunciam injustiças. Eles se definiram como opositores de qualquer forma de violência contra civis.
O episódio provocou um intenso debate cultural no país, com mais de 150 artistas húngaros, entre eles o premiado diretor Laszlo Nemes, assinando uma petição pedindo o cancelamento do show como uma forma de defesa dos valores culturais locais. Por outro lado, os organizadores do festival Sziget se posicionaram contra o banimento, classificando a medida como “inédita, desnecessária e lamentável”, além de defenderem a liberdade artística como princípio fundamental. O vocalista do grupo, conhecido como Mo Chara, enfrenta acusações no Reino Unido por supostamente ter ostentado uma bandeira do Hezbollah durante um show, fato que ele nega. Além disso, em festivais internacionais como Coachella e Glastonbury, o grupo fez declarações contundentes contra Israel, usando frases como “Free Palestine” e denunciando genocídio, o que elevou a repercussão do caso para um público global.