Economia

Com lucros em alta, Adidas alerta para possível reajuste de preços nos EUA devido a tarifas

A Adidas apresentou resultados financeiros acima do esperado no segundo trimestre de 2025, com crescimento nas receitas e aumento expressivo no lucro operacional. Apesar do desempenho positivo, a empresa fez um alerta importante ao mercado: as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados podem levar a um aumento de preços no país nos próximos meses.

No período, a Adidas reportou um crescimento de 2,2% na receita em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, totalizando cerca de €5,95 bilhões. Mesmo com impactos negativos do câmbio, que reduziram em €300 milhões os ganhos, o lucro operacional avançou 58%, alcançando €546 milhões. No acumulado do primeiro semestre, o lucro operacional chegou a €1,2 bilhão, um aumento de 70% frente ao mesmo período de 2024.

Apesar dos bons números, a empresa manteve sua projeção anual sem revisões. A previsão segue apontando para um crescimento de receita em dígitos altos e lucro operacional entre €1,7 bilhão e €1,8 bilhão. O motivo da cautela está nas novas tarifas comerciais aplicadas pelos Estados Unidos a importações de países asiáticos, como Vietnã e Indonésia, importantes polos de produção da Adidas.

A companhia estima que essas tarifas podem elevar seus custos em até €200 milhões no segundo semestre de 2025. O CEO da Adidas, Bjørn Gulden, afirmou que, caso esses custos adicionais se confirmem, os preços dos produtos vendidos nos Estados Unidos poderão subir, embora ainda não haja uma decisão definitiva. A empresa pretende observar o comportamento dos concorrentes antes de implementar qualquer reajuste.

Hoje, cerca de 30% dos produtos da Adidas vendidos nos EUA são fabricados no Vietnã, e 23% vêm da Indonésia. Mesmo tendo reduzido sua dependência da China nos últimos anos, a empresa continua exposta aos impactos das novas tarifas impostas por Washington, o que pode pressionar suas margens no mercado norte-americano.

A Adidas tem tentado minimizar os efeitos dessas medidas por meio de estratégias logísticas, como o adiantamento de importações e o redirecionamento de mercadorias para outros mercados. A companhia também indicou que, se precisar repassar os custos, priorizará aumentos em lançamentos e itens novos, antes de alterar preços de produtos já consolidados.

Apesar das incertezas, a marca alemã continua demonstrando força globalmente. O desempenho nos mercados da Europa e da Ásia tem compensado eventuais pressões no mercado norte-americano. O crescimento consistente da marca, aliado à boa resposta dos consumidores a novos produtos e à reestruturação das linhas esportivas e casuais, tem sustentado o otimismo de investidores.

A situação, no entanto, segue sob vigilância. Os próximos meses serão decisivos para saber se as tarifas dos EUA se manterão e em que medida afetarão a operação da Adidas. A empresa deixou claro que pode adotar medidas de ajuste se os custos se confirmarem, mas busca, por ora, manter a estabilidade de preços enquanto monitora os desdobramentos.

Em resumo, a Adidas combina resultados financeiros fortes com uma postura cautelosa diante do cenário comercial internacional. O alerta sobre o possível aumento de preços nos EUA reflete a sensibilidade da empresa a movimentos geopolíticos e seu esforço para equilibrar crescimento, rentabilidade e competitividade global.

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