Tarcísio e Lula podiam mostrar civilidade, mas não se aguentam
O presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, perderam uma chance importante de demonstrar civilidade política durante um evento que poderia simbolizar união em torno de um projeto social relevante na favela do Moinho, em São Paulo. A expectativa era de que ambos estivessem presentes para anunciar obras de urbanização no local, mas Tarcísio não compareceu, optando por outro compromisso.
O episódio evidencia o distanciamento entre os dois, que mesmo diante de uma pauta social, evitam qualquer tipo de aproximação pública. A decisão do governador de não participar do evento em uma área considerada reduto do presidente acabou reforçando a polarização política. Em vez de união institucional, prevaleceu a lógica de adversários que evitam dar qualquer sinal de cooperação.
Lula, por sua vez, não deixou a ausência passar em branco e criticou, de forma indireta, aqueles que “gostam de tirar proveito da desgraça”. A fala foi vista como uma provocação clara ao governador, que tem evitado associar sua imagem à do presidente.
O caso, que poderia ter se transformado em exemplo de cooperação entre diferentes esferas de governo, virou mais um capítulo de embate político. A imagem pública de ambos, em um momento em que o país enfrenta desafios sociais e econômicos, acaba sendo marcada pela insistência na disputa, mesmo quando o tema central deveria ser o bem-estar da população.
Esse tipo de conduta tem sido cada vez mais comum no cenário político nacional, onde o diálogo institucional cede espaço ao cálculo eleitoral. E, para muitos observadores, isso representa uma oportunidade desperdiçada de mostrar maturidade e foco em resultados concretos para a sociedade.