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“Só duas gotas de azeite”: sinais de anorexia em adolescentes que precisam de atenção

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar sério, com potencial impacto físico, emocional e social na vida de quem sofre. Em adolescentes, o diagnóstico precoce é ainda mais importante, devido ao processo de crescimento e desenvolvimento que ainda está em curso. A seguir, veja como perceber os principais sinais:


1. Alterações na alimentação e peso

  • Restrição alimentar severa, com recusa a refeições normais ou ingestão de alimentos apenas “permitidos”.
  • Perda de peso drástica ou falha para ganhar peso conforme esperado para idade e altura.
  • Distorção da imagem corporal: mesmo magros, apresentam medo intenso de engordar.

2. Comportamentos e rituais em torno da comida

  • Controle obsessivo de calorias, pesagem frequente de alimentos e separação de porções.
  • Evitam comer diante de outras pessoas, ocultam comida ou escondem restos.
  • Realizam exercícios físicos excessivos, mesmo em condições adversas.

3. Excesso de controle e perfeccionismo

  • Preocupação constante com aparência corporal, pesquisa obsessiva sobre dietas e padrões perfeitos.
  • Tendência a pular refeições, evitar carboidratos/gorduras e consumir apenas alimentos “saudáveis”.
  • Uso indevido de laxantes, diuréticos, jejum prolongado e indução de vômito.

4. Alterações físicas evidentes

  • Queda de cabelo, surgimento de penugem fina no corpo (lanugo) e pele seca.
  • Olhos fundos, sensação constante de frio, mãos e pés frios.
  • Tonturas, desmaios, fraqueza e falta de energia.
  • Nos casos femininos, ausência ou irregularidade da menstruação.

5. Sinais emocionais e sociais

  • Isolamento social, irritabilidade e mudanças bruscas de humor.
  • Baixa autoestima, depressão ou ansiedade associadas ao comportamento alimentar.
  • Autocrítica severa e comportamento obsessivo em torno dos padrões físicos.

Por que essas mudanças devem ser observadas?

No período de adolescência, em que a identidade corporal e social está em formação, a anorexia pode causar prejuízos permanentes: comprometimento de crescimento, problemas ósseos, hormonais, cardíacos e até risco de vida.


O que fazer ao identificar sinais

  • Converse com o adolescente com empatia e apoio — evitar julgamentos é essencial.
  • Procure avaliação médica, como de um endocrinologista ou pediatra, para checar aspectos físicos.
  • Apoie o encaminhamento a profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras especializados em distúrbios alimentares.

O tratamento, quando conduzido de maneira multidisciplinar — envolvendo alimentação, psicoterapia e, em casos, internação — traz boas chances de recuperação, especialmente quando iniciado cedo.


Fique atento: a anorexia pode se manifestar com sutileza no início — pensamentos sobre “duas gotas de azeite” ou “vou compensar na academia” já são alertas. Identificar cedo faz toda a diferença.

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