A AIE reduz suas previsões para a demanda global de petróleo devido às tensões comerciais
A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo suas estimativas de crescimento da demanda global por petróleo para os anos de 2025 e 2026. Em relatório divulgado nesta terça-feira (17), a AIE aponta que tensões geopolíticas intensificadas, disputas comerciais não resolvidas e mudanças nas políticas energéticas estão gerando um cenário de elevada incerteza para o mercado da commodity.
Para 2025, a projeção de aumento da demanda foi reduzida para 700 mil barris por dia (bpd), o que levaria o consumo médio global a 103,8 milhões de bpd. No relatório anterior, a expectativa era de crescimento de 740 mil bpd.
Perspectivas para 2026 e Longo Prazo
As estimativas para 2026 também foram ajustadas. A AIE agora projeta um crescimento de 700 mil bpd, com a demanda total chegando a 104,5 milhões de bpd, contra os 760 mil bpd previstos anteriormente.
No horizonte de longo prazo, de 2024 a 2030, a agência prevê uma expansão total de 2,5 milhões de bpd, levando a demanda global a 105,5 milhões de bpd no final da década. A revisão indica um ritmo de crescimento mais moderado em comparação com anos anteriores, refletindo as transformações estruturais em curso no setor energético.
Crescimento Econômico Global Estável
Apesar do ajuste nas projeções para a demanda por petróleo, a AIE manteve suas estimativas para o crescimento da economia mundial. A expectativa é de uma expansão de 2,8% em 2025, com uma média próxima de 3% ao ano entre 2025 e 2030. Esse cenário de crescimento econômico relativamente estável, porém, não se traduz em um avanço proporcional da demanda por petróleo, devido a fatores como transição energética, aumento da eficiência e políticas climáticas mais rígidas.
Conclusão
As revisões feitas pela AIE refletem um contexto global em rápida transformação. A demanda por petróleo segue crescendo, mas em um ritmo cada vez mais contido e sujeito a oscilações provocadas por fatores políticos e estruturais. A transição para fontes de energia mais limpas, o avanço tecnológico e a instabilidade geopolítica estão moldando um novo paradigma para o setor, no qual as projeções se tornam mais cautelosas e o planejamento de longo prazo exige maior resiliência e adaptação.