Cotação do ouro sobe mais de 1% com tensões no Oriente Médio
O ouro encerrou esta sexta-feira (13) em forte alta, impulsionado pela crescente busca de investidores por ativos considerados seguros, diante da intensificação do conflito no Oriente Médio. O contrato mais líquido do metal, com vencimento em agosto, subiu 1,48% na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), cotado a US$ 3.452,8 por onça-troy. No acumulado da semana, a valorização foi de 3,17%.
Conflito no Oriente Médio e incerteza global elevam demanda
O avanço no preço do ouro reflete a crescente instabilidade geopolítica após ataques realizados entre Israel e Irã, com relatos de uso de drones em retaliações recentes. Em momentos como esse, o mercado tende a se afastar de ativos de maior risco, favorecendo alternativas mais conservadoras como o ouro.
Segundo David Morrison, da Trade Nation, a alta expressiva sinaliza uma resposta direta à intensificação do risco geopolítico e à cautela dos investidores em relação ao desempenho do mercado acionário. “O ouro vinha tentando se firmar acima dos US$ 3.400 há semanas. Agora, resta ver se essa tendência se sustenta nos próximos dias”, afirma o analista.
Ganhos ocorrem apesar da alta do dólar
A valorização do ouro também chama atenção por ter ocorrido em um cenário de fortalecimento do dólar, o que tradicionalmente pressionaria os preços do metal. Para Morrison, esse movimento indica que a correlação negativa entre ouro e dólar pode estar enfraquecendo, desafiando a percepção habitual dos investidores.
Já o Commerzbank destaca que as incertezas sobre o papel futuro do dólar como moeda de reserva global, somadas às pressões políticas enfrentadas pelo Federal Reserve (Fed), estão influenciando a preferência pelo ouro. De acordo com o banco, a característica apolítica do metal o torna mais atraente nesse tipo de ambiente.
Perspectivas permanecem positivas, mas com cautela
Ainda que o preço atual do ouro esteja em patamares historicamente elevados, o Commerzbank avalia que bancos centrais e investidores privados devem continuar a aumentar suas posições no metal, mesmo que a velocidade das altas de preço possa desacelerar.
Conclusão
O ouro encerra a semana como um dos principais refúgios em meio à crescente incerteza internacional. A valorização firme, mesmo com o fortalecimento do dólar, reforça seu papel como ativo estratégico em momentos de crise. O comportamento do mercado nos próximos dias poderá indicar se o metal conseguirá consolidar-se acima da barreira dos US$ 3.400, em meio à instabilidade global.