Após ataque de Israel ao Irã, bolsas europeias registram queda superior a 1%
Em 13 de junho de 2025, as bolsas de valores da Europa enfrentaram um dia de perdas significativas, com a maioria dos principais índices registrando quedas superiores a 1%. Esse movimento foi impulsionado pelo ataque aéreo realizado por Israel contra instalações militares e nucleares no Irã, que gerou uma onda de aversão ao risco nos mercados financeiros globais.
Impacto nos principais índices europeus
O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,96%, alcançando 544,46 pontos, acumulando perdas pelo quinto pregão consecutivo, a sequência negativa mais longa desde setembro de 2024. Entre os principais índices nacionais, o DAX, da Alemanha, recuou 1,05%, o CAC 40, da França, teve queda de 1,04%, o FTSE 100, do Reino Unido, diminuiu 0,36%, o Ibex 35, da Espanha, caiu 1,23%, e o PSI 20, de Portugal, registrou baixa de 0,71%.
Setores mais afetados
O setor de viagens e lazer foi um dos mais impactados, com o subíndice europeu correspondente registrando uma queda de 2,4%. Companhias aéreas como a IAG, controladora da British Airways, e a Lufthansa enfrentaram perdas de 4% e 3,1%, respectivamente, devido ao aumento nos custos operacionais e à suspensão de voos para regiões afetadas pelo conflito.
Por outro lado, o setor de energia apresentou desempenho positivo. As ações de empresas petrolíferas como BP e Shell subiram 2,5% e 1,5%, respectivamente, impulsionadas pela alta nos preços do petróleo. Em Lisboa, a Galp também registrou ganho de 1,3%.
Reação do mercado financeiro global
O ataque de Israel ao Irã provocou uma reação em cadeia nos mercados financeiros globais. Os preços do petróleo dispararam, com o Brent Crude alcançando um aumento de até 13%, refletindo o temor de interrupções no fornecimento de energia na região do Oriente Médio. O mercado acionário também sofreu perdas, com o índice Dow Jones Industrial Average caindo mais de 700 pontos, enquanto o índice de volatilidade VIX registrou um aumento superior a 13%, indicando crescente apreensão entre os investidores.
Especialistas alertaram para o risco de um “choque de estagflação”, caracterizado por uma combinação de inflação elevada e crescimento econômico estagnado, caso os preços do petróleo continuem a subir. Essa situação complicaria ainda mais a política monetária dos bancos centrais, que já enfrentam desafios para equilibrar o crescimento econômico e o controle da inflação.
Perspectivas futuras
A continuidade das tensões geopolíticas no Oriente Médio e a possibilidade de retaliações por parte do Irã mantêm os investidores em alerta. A incerteza sobre a duração e a intensidade do conflito contribui para a volatilidade nos mercados financeiros. Analistas recomendam cautela e monitoramento constante dos desenvolvimentos na região, além de uma análise cuidadosa dos dados econômicos que possam indicar os efeitos do conflito sobre a economia global.