Após discussão com a oposição, Haddad é contatado por Lula por telefone
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o tumultuado episódio na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (11). De acordo com relatos feitos à CNN, Lula considerou acertada a atitude do ministro, que deixou a audiência após confrontos verbais com parlamentares da oposição.
Além do apoio do presidente, Haddad também foi procurado pelos ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além de líderes partidários que expressaram solidariedade e saíram em defesa do titular da Fazenda.
Confronto com oposição marca audiência
O episódio ocorreu durante sessão conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) questionaram duramente a política econômica do governo, especialmente sobre o aumento de impostos, inflação e juros. Ao rebater as críticas, Haddad acusou os parlamentares de evitarem o debate direto e classificou a atitude como “molecagem”.
“Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede falando sério e corre sempre que o embate vai acontecer… é um pouco de molecagem”, disse Haddad durante a audiência.
O comentário provocou a reação imediata de Jordy, que retornou à sessão e chamou o ministro de “moleque”, acusando-o de ter causado o maior déficit fiscal da história recente. Nikolas também tentou responder, mas foi interrompido pelo presidente da comissão, deputado Rogério Correia (PT-MG), sob a justificativa de que o congressista estava exaltado.
Sessão termina em confusão
A tentativa de dar sequência à audiência fracassou diante da escalada do bate-boca. Com a troca de acusações e os ânimos exaltados, a sessão foi marcada pela tensão entre base aliada e oposição, sem avanço no debate econômico proposto.
Conclusão
O episódio na Câmara expôs não apenas a tensão entre governo e oposição, mas também o desgaste no ambiente político em torno da agenda econômica. Ao receber apoio direto do presidente Lula e de ministros aliados, Haddad reforça seu respaldo dentro do governo, mesmo diante de ataques da oposição. O episódio ainda ressoa no Congresso, com clima acalorado e foco redobrado na condução da política fiscal.