Economia

Presidente do Bradesco defende necessidade de ajuste nas contas públicas do país

Durante participação no Febraban Tech nesta terça-feira (10), em São Paulo, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, reforçou a importância de discutir o reequilíbrio das contas públicas sem recorrer ao aumento da carga tributária. Segundo ele, o espaço para elevar impostos no Brasil é limitado, e por isso é necessário buscar soluções estruturais por meio de um debate mais amplo.

Tributação elevada e efeitos no crédito

Noronha criticou propostas que envolvem elevações em tributos como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apontando que esse tipo de medida tem impacto direto sobre os consumidores. Para ele, onerar o crédito encarece o acesso ao financiamento, penalizando a ponta final da cadeia. “No fim das contas, quem paga o IOF é o cliente, não são os bancos”, afirmou.

Aproximação entre governo e setor financeiro

Apesar de não comentar diretamente o pacote econômico apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último domingo (8), Noronha elogiou o diálogo entre a equipe econômica e o Congresso Nacional. Para o executivo, a discussão sobre limitar incentivos fiscais representa um avanço no sentido de promover mais equilíbrio sem depender exclusivamente da arrecadação. Ele destacou que tanto o governo quanto o Legislativo têm escutado o setor bancário com atenção.

Ajuste fiscal deve focar nos gastos, diz executivo

Noronha reiterou sua posição favorável ao equilíbrio fiscal, mas com ênfase na gestão de despesas públicas, e não em aumento de receitas. Ele afirmou que a postura do banco junto ao Congresso tem sido de apresentar os impactos práticos das medidas propostas, sempre com uma abordagem construtiva.

Outros líderes do setor pedem consenso e reformas

Durante o mesmo evento, o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, fez um apelo pelo fim da polarização política e defendeu a união como caminho para a construção de um país melhor. Já o presidente do Santander, Mario Leão, destacou a expectativa de que os debates avancem em direção a reformas estruturantes que garantam estabilidade e crescimento a longo prazo.

Conclusão

As falas dos principais líderes bancários brasileiros no Febraban Tech apontam para uma preocupação comum: a necessidade de responsabilidade fiscal, mas com foco no controle de gastos e na promoção de reformas duradouras. Para Marcelo Noronha, aumentar tributos não é o caminho viável, e o diálogo entre o setor financeiro, o governo e o Congresso deve se manter como base para a construção de soluções sólidas para a economia brasileira.

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