Investigação contra governador de Alagoas é transferida para a primeira instância
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, em decisão proferida em 9 de outubro de 2023, que a investigação contra o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), fosse retirada da competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e encaminhada à 17ª Vara Criminal de Maceió. A medida foi tomada após análise de pedido da defesa do governador, que argumentou que não havia elementos suficientes para justificar o foro privilegiado.
Contexto da investigação
A Operação Edema, deflagrada em outubro de 2022, apura supostos desvios de recursos públicos por meio de um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas, quando Paulo Dantas era deputado estadual. A Polícia Federal identificou indícios de que o governador teria participado de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Em resposta, o STJ determinou o afastamento cautelar de Dantas do cargo de governador até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro de 2022. A decisão foi confirmada pela Corte Especial do STJ em 13 de outubro de 2022. No entanto, o STF revogou essa medida, permitindo que o governador permanecesse no cargo.
Decisão de Moraes
Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes argumentou que não havia evidências suficientes de que os fatos imputados a Dantas continuaram após sua posse como governador. Segundo Moraes, os elementos de informação indicam que a suposta prática de “rachadinha” teria continuado na Assembleia Legislativa, mas não há descrição concreta de que o governador tenha utilizado seu cargo para a continuidade dos ilícitos. Dessa forma, o ministro considerou que o caso deveria tramitar na primeira instância, onde a competência é definida pela natureza do fato e não pela posição do acusado.
Repercussão política
A decisão de Moraes gerou reações diversas no cenário político. Aliados do governador elogiaram a medida, considerando-a uma vitória da defesa e uma demonstração de imparcialidade do STF. Por outro lado, opositores questionaram a decisão, argumentando que ela poderia enfraquecer as investigações e dificultar o combate à corrupção. A transferência do caso para a primeira instância também levanta discussões sobre a efetividade das investigações em casos envolvendo autoridades estaduais.
Expectativas futuras
Com a remessa do caso à 17ª Vara Criminal de Maceió, espera-se que a Justiça estadual dê continuidade às investigações e, se for o caso, promova as ações penais cabíveis. A sociedade alagoana e o público em geral aguardam que o processo transcorra com transparência e celeridade, garantindo que eventuais responsabilidades sejam apuradas de forma justa e imparcial.