O Mercosul espera firmar um acordo de livre comércio com a EFTA na próxima cúpula
As negociações entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, estão em fase final. A expectativa é de que o tratado de livre comércio entre os dois blocos seja oficialmente anunciado durante a próxima cúpula do Mercosul, prevista para ocorrer entre o fim de junho e o início de julho, na Argentina.
Avanços significativos em Buenos Aires
Na semana passada, representantes dos países envolvidos estiveram reunidos em Buenos Aires para mais uma rodada de conversas. Segundo autoridades que acompanham diretamente o processo, quase todos os capítulos do acordo já foram concluídos, sinalizando que a conclusão está próxima. A presença da secretária de Estado para Assuntos Econômicos da Suíça, Helene Budliger Artieda, nas reuniões recentes, reforçou o avanço das tratativas.
Contexto internacional influencia negociações
A intensificação das negociações foi impulsionada, em parte, pelo atual cenário econômico global. Autoridades brasileiras relataram que Artieda destacou a importância estratégica do acordo com o Mercosul, especialmente diante da guerra tarifária iniciada no início do ano pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Acordo teve trajetória semelhante ao tratado com a União Europeia
O histórico de negociações entre Mercosul e EFTA lembra o caminho trilhado com a União Europeia. Em 2019, chegou-se a anunciar a conclusão das conversas com os países do EFTA, mas o processo foi interrompido. Entre os principais entraves estavam a exigência europeia de um protocolo adicional sobre questões ambientais e, mais recentemente, uma demanda brasileira por mudanças no capítulo que trata de compras governamentais, com o objetivo de preservar margens para políticas industriais via licitações públicas.
Obstáculos finais e próximos passos
Com as novas condições aceitas por ambas as partes, o tratado está praticamente finalizado. Restam apenas alguns ajustes técnicos antes de seu anúncio oficial. Após a assinatura, a etapa de ratificação deve ser menos complexa que a enfrentada no acordo com a União Europeia, por envolver apenas quatro países. No entanto, a possibilidade de um plebiscito na Suíça e a preocupação europeia com o desmatamento no Brasil ainda são fatores de atenção.
Conclusão
O acordo de livre comércio entre Mercosul e EFTA pode representar um marco importante na ampliação das relações comerciais do bloco sul-americano com a Europa. Apesar dos desafios e da longa trajetória de negociação, os dois lados demonstram disposição para superar os últimos entraves e concretizar o tratado em breve. A cúpula do Mercosul prevista para os próximos meses poderá marcar esse desfecho esperado.