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Nesta quinta (22), Testemunhas de Mauro Cid prestam depoimento no STF

Nesta quinta-feira, 22 de maio de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) avançou mais uma etapa no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, conduziu uma nova rodada de oitivas no inquérito, com foco nas testemunhas apresentadas pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.

O processo que abalou o meio militar e político

Mauro Cid tornou-se peça central em um dos episódios mais sensíveis da história recente do Brasil. Investigado por sua participação nas articulações que visavam impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o militar passou a colaborar com as autoridades ao fechar um acordo de delação premiada. Suas declarações impulsionaram diversas frentes de investigação que hoje envolvem ex-ministros, oficiais das Forças Armadas e o próprio ex-presidente.

As investigações apuram a formação de uma possível organização criminosa com a intenção de romper a ordem constitucional. Segundo os inquéritos em curso, o grupo teria elaborado estratégias que iam desde a manipulação de dados até a elaboração de minutas de decretos para intervir no funcionamento dos Poderes da República.

Oitiva das testemunhas: uma etapa decisiva

As testemunhas de defesa ouvidas nesta quinta-feira foram indicadas pelos advogados de Mauro Cid e têm como objetivo reforçar a versão do ex-ajudante de ordens. Entre os depoentes estavam militares da ativa e da reserva, ex-assessores, além de especialistas que conviveram com o investigado durante os períodos-chave analisados pelo STF.

O ministro Alexandre de Moraes comandou pessoalmente a audiência, que ocorreu por videoconferência. A escuta das testemunhas representa um momento importante da fase de instrução do processo. Cada depoimento tem o potencial de contribuir com novos detalhes, contradições ou esclarecimentos sobre o papel de Mauro Cid nos fatos narrados pela acusação e por sua própria colaboração premiada.

Implicações mais amplas do caso

O caso que envolve Mauro Cid extrapola sua figura individual. Seus relatos, agora sob escrutínio judicial, mencionam ações de outros membros do governo anterior e assessores próximos a Jair Bolsonaro. Ele detalhou reuniões e movimentações de bastidores que, segundo ele, tinham como objetivo explorar brechas legais e apoio institucional para impedir a posse de Lula, mesmo após o resultado eleitoral de 2022.

Entre as pessoas citadas por Cid estão generais da ativa, ministros de Estado, empresários e parlamentares que teriam, em graus variados, contribuído para a tentativa de ruptura democrática. A delação dele foi decisiva para abrir novas linhas investigativas, cruzar dados de mensagens eletrônicas e fundamentar pedidos de busca, apreensão e novas prisões preventivas.

O que ainda vem pela frente

Após a audiência de hoje, o STF continuará ouvindo outras testemunhas, tanto da defesa quanto da acusação. Essa fase deve se estender até o mês de junho, e a expectativa é de que, a partir daí, Alexandre de Moraes conclua a análise das provas e apresente seu relatório final ao plenário da Corte.

O julgamento do caso ainda não tem data marcada, mas o desfecho poderá ter repercussões políticas e institucionais profundas, especialmente se for confirmada a participação de altos escalões das Forças Armadas e do governo anterior nas tratativas golpistas.

Enquanto isso, a atuação do STF e, em especial, do ministro Moraes, tem sido decisiva para conduzir o processo com rigor jurídico, sob intenso acompanhamento da opinião pública e das instituições democráticas.

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