Cármen Lúcia condena ataque racista contra ministra do TSE e reforça combate à intolerância
Durante um evento institucional promovido pelo governo federal, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, fez um pronunciamento firme ao denunciar um episódio de racismo sofrido por uma colega ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A manifestação pública foi marcada por indignação e um apelo à responsabilidade institucional no enfrentamento da discriminação racial.
Sem citar diretamente os nomes envolvidos no ato ofensivo, Cármen Lúcia deixou claro o repúdio à atitude racista direcionada à magistrada — que, segundo ela, sofreu agressões verbais inaceitáveis enquanto cumpria suas funções no Judiciário. Em seu discurso, destacou que a Justiça brasileira não pode se calar diante de ataques que ferem os direitos humanos e a dignidade da pessoa.
“A agressão a uma ministra não é uma afronta individual, é uma violência simbólica contra todas as mulheres negras que ocupam espaços de poder em nosso país”, afirmou a ministra, visivelmente tocada com o ocorrido.
O discurso foi recebido com aplausos pela plateia, composta por autoridades dos Três Poderes, representantes da sociedade civil e convidados internacionais. A fala de Cármen Lúcia serviu como um alerta para o avanço de discursos intolerantes e para a necessidade de fortalecimento das instituições no combate ao racismo estrutural.
Ela reforçou que a presença de mulheres negras em cargos de destaque representa uma conquista da democracia e que retrocessos não serão tolerados. “É preciso garantir que a igualdade seja mais do que uma promessa constitucional. Ela precisa ser prática cotidiana, vivência concreta, especialmente no serviço público”, completou.
O caso citado por Cármen Lúcia provocou mobilização nos bastidores do Judiciário e acendeu um novo debate sobre a proteção das autoridades que representam minorias raciais e de gênero no Brasil. Entidades do meio jurídico já se posicionaram exigindo apuração rigorosa dos fatos e medidas exemplares para coibir novos episódios de intolerância.
A ministra finalizou sua fala com um recado direto: “Não se calem. O silêncio é cúmplice da injustiça. Que todos nós, principalmente os que temos voz e função pública, sejamos agentes ativos na defesa da dignidade humana”.