Governo do RS adota ações emergenciais para conter surto de gripe aviária no estado
Diante da confirmação de novos casos de gripe aviária no Rio Grande do Sul, o governo estadual iniciou uma série de medidas rigorosas com o objetivo de conter a disseminação do vírus H5N1, responsável por provocar a doença em aves e potencialmente transmissível a humanos em situações específicas. O surto preocupa autoridades sanitárias e produtores avícolas, já que o estado é um dos principais polos da produção de frango do país.
A situação ganhou gravidade após a identificação da gripe aviária em aves silvestres e, mais recentemente, em granjas comerciais, algo inédito até então no Brasil. Para evitar a propagação do vírus, o governador do estado determinou a aplicação imediata de protocolos de contenção previstos no plano nacional de contingência da influenza aviária. As medidas incluem isolamento de áreas afetadas, interdição sanitária, monitoramento intensificado e descarte controlado de aves infectadas ou sob risco de contaminação.
O governo estadual declarou estado de emergência zoossanitária para acelerar os trâmites legais e permitir ações imediatas, como o deslocamento de equipes técnicas e a compra de equipamentos e materiais necessários para ações de controle. A Secretaria Estadual de Agricultura, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, mobilizou veterinários, fiscais agropecuários e outros profissionais da defesa sanitária animal para atuar diretamente nas zonas afetadas.
A vigilância sanitária foi intensificada especialmente em regiões de alto risco, como áreas com grande concentração de granjas e regiões costeiras onde há presença de aves migratórias — consideradas potenciais disseminadoras do vírus. Barreiras sanitárias móveis foram instaladas em rodovias que cruzam áreas de produção avícola, com o objetivo de controlar o trânsito de veículos e insumos relacionados à cadeia produtiva.
Além do controle direto nas propriedades, o governo lançou uma campanha de orientação aos criadores de aves, sejam grandes produtores ou criadores de fundo de quintal. A recomendação é clara: qualquer sinal de doença nas aves, como apatia, falta de apetite, morte súbita ou alterações respiratórias, deve ser imediatamente comunicado às autoridades locais de saúde animal.
Os protocolos de biossegurança foram reforçados em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a criação até o transporte. O uso de equipamentos de proteção, desinfecção de veículos e restrição de acesso a granjas passaram a ser obrigatórios em diversas áreas do estado. Medidas de prevenção também foram estendidas aos frigoríficos, com atenção especial ao recebimento e abate de aves.
O governo do Rio Grande do Sul tranquilizou a população ao afirmar que não há risco no consumo de carne de frango ou ovos, desde que os produtos sejam adquiridos de fontes seguras e devidamente inspecionadas. Isso porque o vírus não sobrevive ao cozimento e os lotes destinados ao consumo passam por rigorosa fiscalização sanitária.
Mesmo assim, os efeitos econômicos do surto começam a ser sentidos. O estado é um dos maiores exportadores de carne de frango do Brasil, e a ocorrência de casos em granjas comerciais pode comprometer temporariamente o comércio com alguns países importadores. O governo estadual já iniciou diálogo com autoridades federais e organismos internacionais para garantir a transparência das ações e buscar alternativas que minimizem o impacto econômico do surto.
O cenário exige vigilância constante e colaboração entre autoridades, produtores e população. A contenção da gripe aviária depende de ações coordenadas, rápidas e disciplinadas, principalmente em um estado que responde por uma parcela significativa da produção nacional de proteína animal.
Com protocolos sendo aplicados em ritmo acelerado e equipes em campo 24 horas por dia, o governo estadual espera controlar o surto antes que haja impactos maiores na produção e, principalmente, na saúde pública. A gripe aviária, apesar de rara em humanos, pode representar um risco sanitário global se não for adequadamente contida nas populações animais.