Economia

Governo terá custo político elevado para barrar CPI do INSS, avalia Dharma

A tentativa do governo federal de impedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) representa um desafio considerável no atual cenário político, segundo análise do cientista político Creomar de Souza, CEO da consultoria Dharma. Em participação no programa WW Especial, Souza apontou que, embora o governo tenha instrumentos para barrar pautas no Congresso, o custo político para isso pode ser significativo.

Fragilidade do governo e resistência no Congresso

De acordo com o analista, o governo enfrenta um momento de fragilidade e tem dificuldade para articular negociações eficazes com o Congresso Nacional. “É um governo que está numa situação difícil, é frágil, diante de um Congresso que tem muito pouco interesse em se mover para longe dos seus próprios interesses corporativos”, afirmou Souza.

Essa relação tensa entre Executivo e Legislativo dificulta a construção de acordos para conter o avanço de iniciativas parlamentares, como a CPI do INSS, que ganha força em meio a denúncias e suspeitas de irregularidades no sistema de descontos de benefícios previdenciários.

Potencial de mobilização popular

Outro fator apontado por Souza é o possível engajamento da população em torno da criação da CPI. Apesar de o tema da corrupção ter perdido protagonismo nas pesquisas de opinião pública nos últimos tempos, o analista considera que novos escândalos podem reacender o interesse da sociedade, pressionando ainda mais o governo.

A aderência popular à pauta pode criar um ambiente político mais desfavorável para o Planalto, especialmente se a repercussão das denúncias envolver diretamente a gestão do INSS ou gerar desgaste institucional.

Conclusão

A resistência do governo em relação à CPI do INSS enfrenta não apenas a oposição parlamentar, mas também limitações internas e riscos de desgaste público. Conforme destaca Creomar de Souza, embora o Executivo tenha meios para bloquear pautas incômodas, fazê-lo neste momento exigirá alto investimento político. Com um Congresso voltado para seus próprios interesses e a possibilidade de mobilização social, a tentativa de barrar a comissão tende a ser complexa e custosa.

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