Líder do PDT: Lupi foi ignorado e relegado a segundo plano pelo governo
O líder do PDT na Câmara dos Deputados afirmou nesta quarta-feira (8) que o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, foi ignorado pelo Palácio do Planalto e relegado a um papel secundário dentro do governo federal. A declaração expõe tensões entre o partido e a atual administração, em meio a disputas por espaço político e cargos de influência.
Carlos Lupi, que também ocupa o cargo de ministro da Previdência Social, vinha tentando ampliar sua participação em decisões estratégicas da Esplanada, mas, segundo aliados, teve seu peso político minimizado desde os primeiros meses do governo. “Lupi não foi ouvido como deveria. O partido esperava mais protagonismo, e ele acabou sendo tratado como figurante”, disse o líder pedetista.
A insatisfação tem se refletido no comportamento da bancada do PDT, que passou a adotar uma postura mais crítica em algumas votações no Congresso. A legenda, que integra a base aliada, já cogita rever seu alinhamento em pautas futuras caso o tratamento ao ministro não mude.
Nos bastidores, há relatos de que Lupi tentou intermediar diálogos entre o Planalto e setores da esquerda, além de defender maior atenção às pautas sociais ligadas à Previdência. No entanto, fontes próximas afirmam que suas sugestões foram constantemente ignoradas ou redirecionadas a outros ministros, o que teria causado desconforto.
O Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre as declarações do líder do PDT. Já interlocutores do governo negam qualquer tipo de isolamento e dizem que Lupi segue com “plena autonomia” à frente de sua pasta.
O episódio, no entanto, acende um alerta sobre possíveis fissuras na coalizão governista e levanta dúvidas sobre a capacidade de articulação do governo com partidos historicamente aliados.