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Veja o que Lula disse sobre as irregularidades no INSS

Na noite da última quarta-feira (30), em pronunciamento em rede nacional na véspera do Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez sobre o esquema de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas do INSS. Além de defender o fim da jornada 6×1, o presidente se posicionou brevemente sobre a investigação que atinge o Instituto Nacional do Seguro Social.

Esquema teria desviado R$ 6,3 bilhões de beneficiários

Segundo apuração da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, entidades sindicais cobraram, de forma indevida, valores de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. O montante desviado pode chegar a R$ 6,3 bilhões. A revelação do esquema motivou a operação da semana passada, que resultou na saída de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS e de outros diretores do órgão.

Gilberto Waller Júnior assume o comando do INSS

Poucas horas antes do pronunciamento, Lula nomeou Gilberto Waller Júnior, procurador federal da AGU, como novo presidente do INSS. A decisão não teve participação do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), o que gerou desconforto político. Lupi foi informado da nomeação por Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, e teria demonstrado insatisfação com a falta de autonomia na escolha de cargos sob sua pasta.

Clima tenso entre governo e PDT

A nomeação de Waller Júnior sem consulta a Lupi repercutiu mal no PDT, partido que comanda o Ministério da Previdência Social e possui base parlamentar relevante no Congresso. Com 17 deputados e 3 senadores, a legenda agora pressiona por maior espaço e autonomia. Lula e Lupi devem discutir a situação nesta sexta-feira (2), em meio à avaliação de que o ministro pode repensar sua permanência no governo.

Opinião pública majoritariamente favorável à saída de Lupi

Uma pesquisa realizada pelo instituto AtlasIntel revelou que 85,3% dos entrevistados acreditam que Lula deveria demitir Carlos Lupi do comando do ministério. Apenas 8,7% defendem sua permanência, e 6% preferiram não opinar. O levantamento ouviu mil pessoas entre os dias 29 de abril e 1º de maio, após a operação da PF ser deflagrada.

Oposição avança com pedido de CPI

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) formalizou na quarta-feira (30) um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar o esquema no INSS. O requerimento já conta com 185 assinaturas — número superior ao mínimo necessário, que é de 170. A iniciativa recebeu apoio de deputados de partidos da base do governo, como União Brasil, PP, Republicanos, MDB e PSD, além da maioria expressiva do PL.

CPMI pode ser alternativa no Congresso

Paralelamente ao pedido da CPI, a oposição também articula a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com participação de senadores e deputados. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, afirmou já ter reunido as 27 assinaturas exigidas no Senado, o que poderia agilizar a instalação da comissão.

Conclusão

O pronunciamento de Lula marcou um momento chave na resposta do governo à crise no INSS. A nomeação de um novo presidente para o órgão e a movimentação política em torno do ministro Carlos Lupi evidenciam os desdobramentos internos provocados pelo caso. Ao mesmo tempo, a pressão da oposição por uma investigação no Congresso cresce, sinalizando que o tema continuará no centro do debate político nas próximas semanas.

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