Líder do governo considera que a prisão de Collor representa um “sinal positivo da atuação da justiça”
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, anunciada na noite de segunda-feira (28), trouxe à tona lembranças marcantes dos anos 1990, especialmente para os participantes do movimento estudantil que ficou conhecido como “caras-pintadas”. Na época, jovens de todo o país saíram às ruas exigindo o impeachment do então chefe do Executivo, em meio a denúncias de corrupção.
STF mantém prisão do ex-presidente por 6 votos a 4
O julgamento no STF terminou com um placar apertado: seis ministros votaram a favor da manutenção da prisão de Collor, enquanto quatro foram contrários. A medida foi vista por muitos como um marco na trajetória da Justiça brasileira, reforçando o princípio de que todos devem responder por seus atos, independentemente do cargo ocupado no passado.
Para ex-líderes estudantis, decisão simboliza avanço democrático
Um dos rostos mais conhecidos da mobilização estudantil da década de 1990, hoje líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), destacou o simbolismo da decisão. “É um bom sinal dado pela justiça brasileira”, afirmou. Rodrigues relembrou com orgulho a atuação de sua geração, que, segundo ele, foi responsável por fortalecer a democracia e combater práticas corruptas no período pós-ditadura militar.
Justiça e responsabilidade: vozes da geração que pediu o impeachment
Outro ex-“cara pintada”, Danilo Zimbres — hoje diplomata e assessor internacional da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República — também celebrou o resultado do julgamento. Para ele, a decisão reafirma o princípio de igualdade perante a lei. “Ninguém está acima da lei, nem mesmo um ex-presidente”, declarou. Zimbres reforçou ainda a importância do devido processo legal e do respeito ao direito de defesa.
Surpresa entre antigos ativistas
Apesar do histórico de mobilização contra Collor, a notícia de sua prisão surpreendeu até alguns dos ex-militantes do movimento estudantil. Entre eles, havia quem acreditasse que a possibilidade de uma detenção fosse remota, mesmo diante das condenações. A realidade, no entanto, mostrou que o cenário jurídico evoluiu ao longo dos anos.
Conclusão
A prisão do ex-presidente Fernando Collor marca mais do que um desfecho judicial: reacende o debate sobre memória, justiça e responsabilidade no Brasil. Para os antigos “caras-pintadas”, é também um lembrete de que a mobilização popular pode deixar marcas duradouras e que, décadas depois, os ecos daquele movimento ainda ressoam no cenário político e jurídico do país.