Economia

O Banco Mundial reduz sua previsão de crescimento para a América Latina e o Caribe

O Banco Mundial anunciou nesta quarta-feira (23) uma revisão em suas previsões econômicas para a América Latina e o Caribe, reduzindo a expectativa de crescimento para 2025 de 2,5% para 2,1%. A instituição explicou que a revisão foi impulsionada por uma série de fatores econômicos globais que afetaram a região.

Fatores que Impactaram a Revisão

A decisão de ajustar a previsão de crescimento foi influenciada por um cenário econômico global mais instável. O Banco Mundial apontou, entre os fatores mais relevantes, o atraso nas reduções das taxas de juros nos países desenvolvidos, as preocupações com as restrições ao comércio global, a desaceleração do crescimento chinês e os cortes na assistência ao desenvolvimento internacional.

A revisão também considerou as incertezas globais em ascensão, o que exige que as economias da América Latina e do Caribe se adaptem de maneira mais eficaz às novas condições. “O cenário econômico global mudou drasticamente, marcado por níveis mais altos de incerteza”, comentou Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a região.

Revisões para Brasil e México

O impacto dessas condições foi notório nas previsões de crescimento de países-chave da região, como Brasil e México. Para o Brasil, a previsão foi reduzida de 2,2% para 1,8%. Já para o México, a projeção foi ainda mais drasticamente revista, de uma expansão de 1,5% para uma estagnação econômica de 0%.

Além disso, a Argentina, que recentemente garantiu um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, viu sua previsão de crescimento aumentar para 5,5%, uma leve elevação em relação aos 5% previstos anteriormente.

A Lenta Recuperação Econômica da Região

De acordo com o Banco Mundial, o crescimento estimado para a região em 2025 de 2,1% coloca a América Latina e o Caribe como a região de crescimento mais lento do mundo. A dívida pública crescente também continua a ser uma preocupação importante. A relação dívida/produção na região aumentou para 63,3% em 2024, em comparação com 59,4% em 2019.

A necessidade urgente de investimentos é clara, mas os governos da região enfrentam dificuldades com os altos níveis de endividamento, o que pode prejudicar a capacidade de fomentar o crescimento.

Oportunidades e Desafios

Apesar dos desafios, o Banco Mundial vê oportunidades na adoção de novas estratégias de comércio e investimentos. William Maloney, economista-chefe para a região, destacou que o “near-shoring” – tendência que envolve a transferência da produção para mercados mais próximos – pode oferecer novas perspectivas econômicas para os países da região.

Para que a região se recupere e acelere seu crescimento, será necessário aumentar a produtividade e a agilidade nos processos econômicos. Além disso, o acesso à tecnologia e a exploração das economias de escala também serão essenciais para garantir um crescimento sustentável.

Conclusão

O Banco Mundial projeta um ano difícil para a América Latina e o Caribe, com um crescimento muito abaixo das expectativas globais. A crise econômica global, a instabilidade das relações comerciais e a alta carga de endividamento colocam desafios significativos. Porém, as estratégias de adaptação e a busca por oportunidades no comércio internacional e na inovação tecnológica podem ser fatores-chave para garantir uma recuperação econômica mais sólida para a região nos próximos anos.

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