Politica

Erika Hilton afirma que foi classificada como homem em seu visto para os Estados Unidos

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou que teve sua identidade de gênero desrespeitada em um visto diplomático emitido pelos Estados Unidos. De acordo com a parlamentar, o documento identificava seu gênero como “masculino”, em desacordo com os registros oficiais brasileiros.

Convite internacional e reação

Erika havia sido convidada para palestrar na Brazil Conference 2025, evento promovido pela Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). No entanto, diante do ocorrido, ela cancelou sua viagem. “É uma situação de violência, de desrespeito, de abuso. Viola um documento brasileiro, que é nosso. É uma expressão escancarada do que é a transfobia de Estado”, afirmou a deputada.

Aos 32 anos, Erika Hilton é uma das primeiras deputadas transexuais eleitas para a Câmara dos Deputados, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG). Ambas foram eleitas em 2022.

Documento anterior estava correto

Segundo a assessoria da parlamentar, o visto anterior — emitido em 2023 — trazia corretamente o gênero com o qual Erika se identifica. No entanto, o documento expirou antes da realização do evento deste mês, exigindo a emissão de um novo visto, no qual o erro ocorreu.

Medidas e resposta institucional

A deputada afirma que pretende tomar medidas legais em instâncias internacionais contra o governo dos Estados Unidos. Também busca uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutir o caso. Erika entrou em contato com a Embaixada dos EUA no Brasil e com a Câmara dos Deputados, mas ainda aguarda manifestação oficial.

Retrocessos na política americana

Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump tem promovido o desmonte de políticas de inclusão criadas pela gestão anterior. Medidas voltadas a diversidade e equidade foram eliminadas, e Trump chegou a proibir a presença de pessoas transgêneras nas Forças Armadas.

Conclusão

O caso envolvendo Erika Hilton evidencia os desafios que pessoas trans enfrentam mesmo em contextos diplomáticos e institucionais. A parlamentar, ao cancelar sua participação em um evento de destaque internacional, chama atenção para o impacto direto de decisões políticas e administrativas sobre os direitos humanos. O episódio também reacende o debate sobre os retrocessos em políticas de inclusão nos Estados Unidos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *