Economia

IEA projeta crescimento mais lento na demanda por petróleo e na oferta dos EUA devido a tarifas comerciais

A Agência Internacional de Energia (IEA) revisou para baixo suas estimativas de crescimento da demanda mundial de petróleo em 2025. O motivo, segundo o órgão, está nas recentes tensões comerciais provocadas pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que geraram reações imediatas de países parceiros e afetaram diretamente os mercados globais.

Impacto direto nas projeções

A nova previsão da IEA indica um aumento de 730 mil barris por dia (bpd) na demanda global de petróleo ao longo do ano. O número representa uma redução significativa em relação à expectativa anterior, que apontava para um crescimento de 1,03 milhão de bpd. A entidade destacou que metade dessa revisão está concentrada nas economias dos EUA e da China — principais alvos e agentes da atual guerra tarifária — e o restante em países asiáticos fortemente voltados ao comércio.

Produção americana desacelera

Apesar dos incentivos públicos para intensificar a exploração de petróleo, como o famoso apelo de Trump para “drill, baby, drill”, a IEA observou sinais de que a produção nos Estados Unidos pode perder ritmo. Com os preços do petróleo em queda e um cenário global incerto, o setor enfrenta dificuldades para manter o mesmo nível de atividade.

Perspectivas futuras também são revistas

A agência também divulgou uma previsão preliminar para 2026, indicando uma nova desaceleração no crescimento da demanda, que deve ficar em torno de 690 mil bpd. A justificativa para esse cenário é a combinação de fragilidade econômica e o avanço gradual dos veículos elétricos, especialmente em países como a China.

Queda nos preços e efeitos da Opep+

A redução nos preços do petróleo — cerca de 13% apenas neste mês, com o barril girando em torno de US$ 64 — também é atribuída à decisão da Opep+ de acelerar o aumento da produção a partir de maio. Essa estratégia, somada à instabilidade do comércio internacional, reforça o momento desafiador enfrentado pelo setor.

Conclusão

Com as tensões comerciais ganhando novo fôlego e pressionando tanto a oferta quanto a demanda, a indústria petrolífera global caminha para um período de incertezas. As novas estimativas da IEA refletem um cenário mais cauteloso, onde fatores geopolíticos e transformações tecnológicas — como a eletrificação da frota — moldam as tendências do mercado de energia.

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