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Diante de possível perda de mandato de Glauber, PSOL articula reação envolvendo Planalto e Supremo

A possibilidade de que o deputado Glauber Braga tenha seu mandato cassado em votação no plenário da Câmara acendeu um sinal de alerta no PSOL. O partido já trabalha com a expectativa de que a decisão seja desfavorável ao parlamentar e, diante desse cenário, prepara uma ofensiva institucional que inclui tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o Supremo Tribunal Federal (STF).

A previsão de derrota no plenário não surgiu do nada. Segundo avaliação interna do PSOL, o clima político atual e as composições dentro da Câmara indicam que uma articulação pode levar à cassação de Glauber. Embora o desfecho ainda dependa do crivo dos deputados em votação aberta, o partido considera o risco real o bastante para já mobilizar estratégias de reação.

O plano traçado envolve buscar o apoio do chefe do Executivo federal e também acionar a mais alta corte do país. Ao levar o caso ao presidente Lula, o PSOL sinaliza que pretende politizar a discussão, destacando possíveis implicações institucionais e democráticas do processo de cassação. A presença do tema no Palácio do Planalto teria como objetivo reforçar o debate sobre os limites da atuação parlamentar e os critérios adotados em processos disciplinares.

Ao mesmo tempo, o STF entra no radar como instância jurídica capaz de avaliar eventuais irregularidades no trâmite da cassação. Caso o processo apresente vícios ou viole princípios constitucionais, o partido entende que o Supremo pode ser acionado para preservar os direitos políticos de seu deputado. O movimento não é inédito — em outros momentos da história recente, partidos buscaram a Justiça para questionar decisões do Legislativo.

O caso de Glauber é, para o PSOL, mais do que uma disputa individual. A sigla entende que a situação representa um embate político mais amplo, envolvendo liberdade de expressão, atuação parlamentar e os limites da dissidência dentro da estrutura institucional. A eventual perda de mandato de um deputado combativo como Glauber, na visão do partido, pode abrir precedentes considerados perigosos.

É nesse contexto que o PSOL pretende construir não apenas uma defesa, mas uma reação estratégica que mobilize diferentes esferas de poder. A articulação com Lula busca apoio político e institucional. Já a iniciativa junto ao STF visa garantir o respeito ao devido processo legal e à proteção dos mandatos eleitos democraticamente.

A decisão de agir preventivamente, antes mesmo do julgamento no plenário, mostra que o partido não está disposto a tratar a possível cassação como um episódio pontual. Ao contrário, enxerga nela um capítulo de uma disputa mais profunda sobre a forma como vozes dissonantes são tratadas no Legislativo.

Ainda não há data definida para a votação no plenário, mas o PSOL já dá sinais claros de que está se antecipando ao cenário mais difícil. Glauber, conhecido por sua postura combativa e crítica a diferentes forças do sistema político, se tornou figura emblemática dentro do partido — e seu destino é acompanhado de perto não apenas por correligionários, mas por setores amplos da esquerda.

Enquanto isso, os próximos passos dependerão da evolução do processo dentro da Câmara e da receptividade que o partido encontrará nos espaços que pretende acionar. Mas uma coisa é certa: o PSOL não pretende assistir passivamente a esse desfecho.

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