“Quero que Lula morra”, diz relator de PL que desarma segurança presidencial
Uma declaração polêmica feita pelo deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) causou forte repercussão nesta semana. Durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o parlamentar afirmou, de forma explícita: “Quero que o Lula morra”, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A frase veio no contexto da defesa do projeto de lei que visa desarmar a segurança pessoal da Presidência da República.
Brunini é o relator do PL que propõe restrições ao uso de armamento por agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e de outras forças que atuam na proteção do presidente. Segundo ele, a proposta busca “impedir o uso abusivo da força contra o povo brasileiro”, citando eventos passados como a repressão a manifestantes em Brasília.
No entanto, a fala direta desejando a morte do chefe do Executivo ultrapassou os limites do debate político e gerou reações imediatas. Deputados da base governista e de partidos de centro e esquerda reagiram com indignação, classificando a declaração como incitação à violência e incompatível com o decoro parlamentar. O PT já articula uma representação contra Brunini no Conselho de Ética da Câmara.
Parlamentares aliados do deputado, por outro lado, minimizaram o episódio, dizendo que ele apenas expressou sua revolta contra o atual governo e que a frase foi tirada de contexto. Ainda assim, o episódio intensificou o clima de tensão política em Brasília.
O Palácio do Planalto não se pronunciou oficialmente sobre a fala até o momento, mas ministros próximos ao presidente afirmaram que medidas judiciais estão sendo avaliadas. A Advocacia-Geral da União (AGU) pode entrar com ação por crime contra a honra ou até incitação ao crime.
A declaração ocorre em um momento sensível para a segurança institucional, em que o país ainda discute as consequências dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o aumento da polarização política. O caso deve alimentar mais debates sobre os limites da liberdade de expressão no Parlamento e a responsabilidade dos representantes eleitos.