Mortalidade Materna Ainda Preocupa e a Maioria dos Casos Poderia Ser Evitada
Uma realidade alarmante
Todos os anos, aproximadamente 300 mil mulheres perdem a vida em decorrência de complicações relacionadas à gravidez. Isso equivale a uma morte a cada dois minutos. A taxa global de mortalidade materna está atualmente em 223 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos — um número que ainda está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que busca reduzir esse índice para 70 até o ano de 2030. Segundo a própria OMS, quatro em cada cinco países não devem alcançar esse objetivo dentro do prazo.
Campanha global foca em saúde materno-infantil
Com o objetivo de enfrentar esse cenário, a OMS lançou, no Dia Mundial da Saúde (7 de abril), a campanha Healthy beginnings, hopeful futures (“começos saudáveis, futuros promissores”). A iniciativa busca unir esforços globais para diminuir as mortes que poderiam ser evitadas com medidas adequadas. Em muitos casos, essas mortes são consequência de complicações não identificadas ou tratadas a tempo.
Principais causas: hemorragias e hipertensão
Entre os fatores que mais contribuem para a mortalidade materna estão as hemorragias, responsáveis por cerca de 30% dos óbitos, e os problemas relacionados à pressão alta, como a pré-eclâmpsia, que representam 15% dos casos, segundo dados da OMS.
De acordo com o ginecologista e obstetra Romulo Negrini, do Hospital Israelita Albert Einstein, a maioria dessas mortes pode ser prevenida com acompanhamento pré-natal eficiente. Ele destaca que, ao longo da gestação, é possível identificar riscos como a pré-eclâmpsia e iniciar precocemente o controle da pressão arterial.
Falhas na assistência e desigualdades agravam o problema
Além das causas clínicas, questões estruturais também têm papel importante. A falta de preparo na assistência hospitalar, a demora no reconhecimento de quadros graves e intervenções tardias contribuem para o agravamento da situação. O médico alerta que, muitas vezes, sangramentos após o parto não recebem a atenção necessária e o tratamento adequado é iniciado de forma insuficiente e tardia.
As desigualdades sociais, o acesso limitado a serviços de saúde de qualidade e a infraestrutura precária são obstáculos significativos para a redução das mortes maternas. Em países com baixa renda média e restrições legais ao aborto, há ainda o agravante dos procedimentos inseguros realizados de forma clandestina, o que eleva o risco de infecções e outras complicações graves.
Doenças infecciosas também impactam
Doenças como HIV/aids e malária também representam uma fatia expressiva da mortalidade materna, sendo responsáveis por quase um quarto dos casos no cenário mundial.
Conclusão
Apesar dos avanços na saúde pública, a mortalidade materna segue sendo um desafio global. A maior parte dessas mortes é evitável com políticas públicas eficazes, acesso igualitário à saúde e cuidados adequados antes, durante e após a gestação. A campanha da OMS reforça a urgência de investir em cuidados preventivos e em infraestrutura para garantir que todas as mulheres tenham a chance de viver uma gestação segura.
Se quiser ajustar o tom, incluir citações ou adaptar para um veículo específico (site, revista, jornal), é só me avisar!
4o