Percepção sobre envolvimento de Bolsonaro em tentativa de golpe cresce entre eleitores
Uma pesquisa recente apontou que 49% dos brasileiros acreditam que Jair Bolsonaro teve participação direta ou indireta em uma tentativa de golpe de Estado. O dado revela uma mudança perceptível na opinião pública, que vem acompanhando com atenção os desdobramentos de investigações e decisões judiciais sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Esse percentual representa quase a metade da população brasileira, indicando que a imagem do ex-presidente tem sido impactada pelas denúncias que envolvem seu nome. A sondagem também mostrou que apenas 33% dos entrevistados não veem envolvimento de Bolsonaro, enquanto os demais preferiram não opinar ou disseram não saber.
A percepção negativa é mais forte entre eleitores de perfil mais jovem, com maior escolaridade e renda média. Já entre os apoiadores mais fiéis do ex-presidente, o discurso da perseguição política ainda encontra eco, apesar do aumento dos indícios que surgem nos inquéritos conduzidos pelas autoridades.
A polarização segue evidente: entre os que se identificam com a esquerda ou centro-esquerda, o índice de desconfiança chega a superar os 70%. Em contrapartida, no espectro da direita, há ainda uma forte resistência em associar Bolsonaro diretamente aos planos golpistas.
Analistas avaliam que o crescimento dessa percepção pode afetar de forma significativa o futuro político do ex-presidente. Com novas etapas do processo judicial em curso e a possibilidade de surgimento de provas mais contundentes, o cenário pode se agravar, especialmente se ele se mantiver no foco das investigações.
Além disso, o impacto sobre a base bolsonarista também começa a se desenhar: parte dos parlamentares aliados evitam tocar no tema da anistia, enquanto outros tentam se descolar da figura de Bolsonaro para preservar capital político de olho nas eleições municipais e nas articulações de 2026.
O número de brasileiros que consideram Bolsonaro responsável pelos atos golpistas é um termômetro importante não apenas do presente, mas também do que se pode esperar do tabuleiro eleitoral nos próximos anos. Se as investigações se intensificarem e mais elementos vierem à tona, esse percentual pode se transformar em fator decisivo no isolamento político do ex-presidente.