Governo solicita envio da Força Nacional a Belo Monte após ameaças de invasão
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitou o envio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada no estado do Pará. A medida foi tomada após ameaças de invasão à usina, o que motivou a urgência no reforço da segurança local. O pedido destaca a importância da usina para a geração de energia elétrica e sua relevância para eventos internacionais, como a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro deste ano.
Ameaças e Protestos Frente à Usina
O ministro Silveira enviou um pedido oficial ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para autorizar o envio da Força Nacional, citando uma carta da empresa Norte Energia S.A., datada de 17 de março. A carta relatou que um grupo de pescadores realizou um protesto em frente à casa de força principal da usina. Além disso, o grupo teria invadido o canal de fuga da usina, uma área próxima aos geradores em operação, colocando suas próprias vidas em risco.
A empresa Norte Energia, responsável pela usina, reforçou a gravidade da situação e a necessidade de proteção no local, especialmente com a aproximação da COP30. Segundo o Ministério de Minas e Energia, garantir a segurança da usina é fundamental para o evento, que terá o compromisso do Brasil com uma matriz energética renovável e sustentável como um dos focos principais nas discussões.
Histórico de Segurança na Usina Belo Monte
A Força Nacional esteve presente na Usina Hidrelétrica de Belo Monte por dez anos, desde o início da construção da usina em 2013 até agosto de 2023. Durante esse período, a presença da força de segurança foi prorrogada por diversas vezes, mas a operação da usina sempre foi cercada de polêmicas. Entre as controvérsias estão as denúncias de abusos cometidos por agentes de segurança, além da remoção de comunidades ribeirinhas e indígenas, causada pela inundação de grandes áreas para a construção do empreendimento.
Impacto Social e Político
Recentemente, a polêmica em torno da usina voltou à tona com a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que os indígenas residentes nas proximidades da usina, ao longo do Rio Xingu, recebam uma participação nos lucros da empresa responsável pela hidrelétrica. A decisão reflete a crescente atenção a questões sociais e ambientais relacionadas ao empreendimento, especialmente as consequências para as populações locais.
Conclusão
A solicitação de segurança para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que continua sendo um símbolo de disputas envolvendo direitos indígenas, questões ambientais e o desenvolvimento de infraestrutura no Brasil, coloca em destaque a importância da proteção do local. A segurança é considerada essencial, tanto para o funcionamento da usina quanto para garantir a realização de eventos internacionais, como a COP30, que discutirá as políticas energéticas e ambientais globais. O governo federal segue avaliando a situação para garantir a continuidade das operações e enfrentar os desafios sociais e ambientais de forma equilibrada.