Governo propõe aumento da mistura de etanol na gasolina após testes bem-sucedidos
Após a aprovação em testes técnicos, o governo federal propôs elevar a quantidade de etanol anidro misturado à gasolina, medida que pode impactar o preço dos combustíveis e a emissão de poluentes no país. A mudança faz parte da estratégia de transição energética do Brasil e busca fortalecer o setor sucroenergético.
O que muda na mistura da gasolina?
Atualmente, a legislação brasileira permite que a gasolina vendida nos postos tenha entre 18% e 27% de etanol anidro em sua composição. Com a nova proposta, esse percentual pode subir para até 30%, dependendo da viabilidade econômica e ambiental.
Os estudos conduzidos por institutos de pesquisa e montadoras indicaram que o aumento da mistura não traria prejuízos ao desempenho dos veículos, desde que respeitados certos parâmetros técnicos.
O governo ainda avalia se a implementação será gradual ou se haverá uma data específica para a mudança.
Vantagens do aumento da mistura
A elevação do teor de etanol na gasolina pode trazer diversos benefícios, tanto para o setor produtivo quanto para os consumidores e o meio ambiente. Entre os principais impactos positivos estão:
- Menor emissão de poluentes: O etanol é um combustível renovável e menos poluente que a gasolina, reduzindo a emissão de gases como o monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio.
- Estímulo ao setor sucroenergético: O aumento do consumo de etanol fortalece a indústria da cana-de-açúcar, gerando mais empregos e renda no agronegócio.
- Menos dependência do petróleo: Com a mistura maior, o Brasil pode reduzir a importação de gasolina refinada, diminuindo a vulnerabilidade a oscilações no preço do barril de petróleo.
- Possível redução de preço: Em estados onde o etanol é competitivo, a maior mistura pode ajudar a reduzir o preço médio da gasolina.
Desafios e impactos para os consumidores
Apesar dos benefícios, a mudança pode trazer alguns desafios. Especialistas alertam que veículos mais antigos, que não foram projetados para operar com alta quantidade de etanol, podem apresentar maior consumo de combustível e dificuldades na partida em dias frios.
Outro ponto é o impacto sobre o preço da gasolina. Embora o etanol tenha um custo de produção menor que a gasolina pura, variações na oferta da cana-de-açúcar podem influenciar o mercado, especialmente em períodos de entressafra.
Quando a nova mistura pode entrar em vigor?
A proposta do governo ainda precisa passar por uma série de discussões com o setor produtivo, a indústria automobilística e órgãos reguladores, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Caso aprovada, a nova composição pode entrar em vigor nos próximos meses ou ao longo de 2025.
A expectativa é que o aumento da mistura de etanol na gasolina fortaleça a política de biocombustíveis do Brasil, consolidando o país como referência na produção sustentável de energia. O governo segue avaliando os impactos da medida para garantir uma transição equilibrada para consumidores e fabricantes de veículos.