As demissões de Trump podem acelerar a recessão econômica nos Estados Unidos
A administração Trump, com apoio da equipe de eficiência governamental liderada por Elon Musk, implementou uma reforma que resultou na demissão de dezenas de milhares de trabalhadores federais. Esses cortes, com impactos diretos na capital dos Estados Unidos, começam a afetar seriamente a economia local, colocando em risco um dos motores econômicos mais importantes de Washington: os gastos do consumidor. Economistas da Moody’s alertam que a cidade pode enfrentar uma recessão já em 2025.
O Impacto Imediato nas Vidas dos Trabalhadores
Tyler Wolf, de 32 anos, é um exemplo claro do impacto das demissões. Ele perdeu seu emprego como advogado trabalhista no Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o que interrompeu seus planos de compra de uma casa e mudança para um novo capítulo de sua vida. Em uma entrevista, ele compartilhou como a perda de emprego o obrigou a cortar gastos, como sair menos e cozinhar em casa. “Tenho sorte de não ter filhos ou uma hipoteca, o que me dá mais flexibilidade”, disse Wolf, mas reconhece que isso afetará seu futuro profissional.
O aumento de pedidos de auxílio-desemprego em Washington também reflete a tensão crescente no mercado de trabalho, com economistas apontando que o desemprego na cidade poderá piorar nos próximos meses.
Previsões de Perdas de Emprego e Seus Efeitos Econômicos
Os cortes de empregos no governo federal não se limitam a um número pequeno. Até agora, mais de 103.000 trabalhadores federais foram dispensados, com um número considerável de casos sendo contestados nos tribunais. Analistas da Oxford Economics projetam que 33.700 postos de trabalho serão perdidos em 2025, e esses cortes devem resultar em US$ 4,9 bilhões em salários perdidos na área metropolitana de DC, representando uma parte significativa da economia local.
A redução de salários dos trabalhadores federais afeta diretamente os gastos da população, especialmente em bens e serviços não essenciais. Quando a renda diminui, o consumo tende a cair, o que gera um efeito negativo em toda a economia local. Isso já é perceptível nas mudanças nos hábitos de consumo de residentes como Alexandra Reid, que teve sua renda reduzida pela metade após perder o emprego. Ela recorreu a economizar ao máximo, cortando gastos com itens não essenciais.
O Efeito nas Empresas Locais
O impacto das demissões também afeta o setor privado. Miloud Benzerga, proprietário do Timgad Café, situado no Edifício Ronald Reagan e no International Trade Center, observou uma queda de 25% a 30% no tráfego de pedestres em sua loja desde os cortes de emprego. Benzerga, que conseguiu superar os desafios da pandemia de Covid-19, está incerto sobre o futuro de seu negócio. Ele mencionou que, caso a situação piore, o fechamento pode ser uma realidade para sua loja, e muitos outros negócios da região enfrentam o mesmo dilema.
Reações Jurídicas e Esperança de Recuperação
Alguns trabalhadores afetados pelas demissões têm encontrado algum alívio nas decisões judiciais. No dia 13 de março, um juiz federal determinou que milhares de funcionários em estágio probatório, que haviam sido demitidos pela administração Trump, deveriam ser reintegrados temporariamente aos seus postos de trabalho. Alexandra Reid, que foi uma das afetadas, está esperançosa de que essa decisão se aplique ao seu caso, permitindo sua recontratação e uma possível recuperação financeira para ela e sua família.
Conclusão
As demissões em massa realizadas pela administração Trump já estão gerando sérios impactos na economia de Washington, com uma queda significativa nos gastos do consumidor e nas receitas de negócios locais. A possível recessão em 2025 é uma preocupação crescente entre economistas, que apontam que o mercado de trabalho local não tem capacidade para absorver os trabalhadores desempregados, o que pode levar a uma desaceleração econômica mais ampla. A recuperação dependerá de uma resposta eficaz tanto do governo quanto do setor privado, mas, por enquanto, os efeitos dessas demissões continuam a se propagar pela economia da capital dos EUA.