Politica

Câmara de Curitiba aprova moção de apoio ao frei Gilson

A Câmara de Vereadores de Curitiba aprovou, nesta quarta-feira (12), uma moção de apoio ao frei Gilson, que se tornou um alvo de ataques e críticas em meio a um embate político nas redes sociais. A medida foi proposta pelo vereador Bruno Secco (PMB) e teve como principal justificativa a defesa do sacerdote contra as “mensagens de ódio” que, segundo o autor da proposta, vêm de militantes de esquerda.

Justificativa do Apoio

Na justificativa apresentada na câmara, o vereador Secco afirmou que Frei Gilson estaria sendo injustamente atacado nas redes sociais, especialmente por pessoas alinhadas com ideologias da esquerda, que tentam associar suas crenças e posicionamentos a um apoio ao “Bolsonarismo”. Segundo o vereador, Frei Gilson defende valores como a família, a liberdade e a propriedade privada, princípios que, para Secco, estão acima das divisões políticas e são parte da fé cristã.

Secco também criticou o que chamou de “discurso de ódio” nas plataformas digitais, que, para ele, estariam sendo promovidos por aqueles que buscam desacreditar o sacerdote e distorcê-lo de suas intenções. A moção foi aprovada por meio de votação simbólica, sem discussões em plenário.

O Fenômeno Frei Gilson nas Redes Sociais

Frei Gilson, membro da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, se tornou um fenômeno nas redes sociais, especialmente durante o período da Quaresma. O sacerdote realiza transmissões ao vivo nas madrugadas para rezar com seus fiéis, fortalecendo ainda mais seu vínculo com a população católica e ampliando sua base de seguidores. No entanto, sua ascensão nas redes também gerou polêmicas, especialmente devido a algumas declarações de caráter controverso.

Em determinado momento, o frei afirmou que as mulheres foram criadas para “curar a solidão do homem”, uma frase que gerou críticas em diversos setores. Além disso, ele também fez uma referência a “não permitir que os erros da Rússia” – uma alusão ao comunismo – afetassem o Brasil, o que também não passou despercebido nas discussões políticas.

Divisão Política e Crescimento da Polêmica

O debate sobre Frei Gilson tomou proporções ainda maiores após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestar em apoio ao sacerdote. A publicação de Bolsonaro em suas redes sociais no dia 9 de março gerou um aumento significativo nas discussões online. De acordo com dados da consultoria Palver, o número de menções a Frei Gilson nas plataformas de mensagens, como WhatsApp e Telegram, disparou a partir do fim de semana, coincidindo com o Dia Internacional da Mulher. Em dois dias, o volume de menções cresceu exponencialmente, de 5 para 55 a cada 100 mil mensagens, refletindo a adesão de políticos bolsonaristas como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ).

Esse crescimento nas discussões também gerou uma resposta do campo político alinhado ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com parlamentares e militantes do governo contra-atacando as manifestações de apoio a Frei Gilson, gerando uma polarização intensa.

Conclusão

A aprovação da moção de apoio a Frei Gilson na Câmara de Curitiba reflete não apenas o apoio ao sacerdote, mas também a crescente polarização política no Brasil. Com a presença de figuras políticas influentes em ambas as frentes – tanto no apoio quanto na oposição – o caso exemplifica como as redes sociais continuam a ser um campo de batalha decisivo para a formação de narrativas e para o engajamento político no país.

O apoio do vereador Secco e a crescente divisão gerada nas redes digitais indicam que o debate sobre Frei Gilson está longe de ser resolvido. As questões levantadas, seja sobre sua atuação religiosa ou suas opiniões polêmicas, seguirão sendo tema de discussão pública e política, à medida que as eleições de 2026 se aproximam.

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