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Os governos do Brasil e dos EUA discutem as tarifas impostas por Trump nesta sexta-feira (14)

Nesta sexta-feira (14), representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram em Brasília para discutir as tarifas de 25% impostas pelo presidente Donald Trump sobre as importações de aço e alumínio. A equipe do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, ministrando o Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foi escalada para representar o Brasil, embora o vice-presidente não tenha participado da discussão.

O Contexto das Tarifas e a Resposta do Brasil

A medida de Trump, que entrou em vigor na noite de terça-feira (11), impõe uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiros exportados para os Estados Unidos. Em resposta, o governo brasileiro considerou a medida “injustificável e equivocada”. O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço e ferro para os EUA, logo atrás do Canadá, não concorda com a decisão e anunciou sua intenção de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas.

Em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 4,677 bilhões em produtos metálicos brasileiros, o que mostra a importância das exportações de aço e alumínio para a economia nacional. O governo brasileiro, além de buscar a solução na OMC, afirmou que continuará trabalhando com o setor privado para defender seus interesses comerciais.

Postura Brasileira Frente à Decisão de Trump

Apesar da decisão dos EUA, o governo brasileiro optou por uma postura moderada e cautelosa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a reunião desta sexta-feira, tomará uma decisão sobre como prosseguir nas negociações com Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que o Brasil não retaliará, mas negociará com os EUA em busca de uma solução.

Haddad reforçou que a estratégia do Brasil será negociar sem adotar uma postura agressiva, defendendo que o princípio da reciprocidade deve ser a base das relações comerciais entre os dois países. Nesse sentido, o vice-presidente Alckmin também reiterou sua confiança no diálogo, afirmando que “o caminho no comércio exterior é ganha-ganha”. Segundo Alckmin, a retaliação não é o melhor caminho, já que “se fizer olho por olho, todo mundo fica cego”.

Expectativas e Diálogo Continuado

No início do mês, Alckmin teve uma conversa positiva com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e seu representante comercial, Jamieson Greer. O vice-presidente brasileiro se mostrou otimista quanto à possibilidade de resolver as questões comerciais por meio de diálogo, como indicou em nota após o encontro.

Para dar sequência ao debate, os governos dos dois países criaram um grupo de trabalho conjunto para discutir as tarifas e outras questões comerciais que envolvem os dois países, conforme informou o Itamaraty.

Setor Privado Brasileiro Também Busca Soluções

O setor privado brasileiro, particularmente o Instituto Aço Brasil, também se manifestou sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. O instituto aposta em uma abordagem diplomática para reverter a tarifa, lembrando que em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, o Brasil já enfrentou restrições semelhantes às compras de aço e alumínio. Naquela época, as negociações conseguiram reverter as tarifas, o que alimenta as esperanças de uma solução semelhante.

Conclusão

A reunião entre os representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14) reflete o esforço do Brasil para resolver a questão das tarifas de aço e alumínio por meio do diálogo. Embora a postura moderada do governo brasileiro busque evitar a escalada do conflito comercial, a intenção é clara: proteger os interesses nacionais e buscar uma solução negociada. A aposta na diplomacia e no princípio da reciprocidade continua sendo a principal estratégia do Brasil, com o apoio do setor privado, que também busca um desfecho favorável. A criação de um grupo de trabalho bilateral e a abertura para discussões contínuas são passos importantes para a construção de uma resolução pacífica e benéfica para ambas as partes.

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