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O governo prevê uma queda nos preços do azeite e das massas após a isenção de impostos

O governo federal anunciou, na última semana, a decisão de zerar a alíquota de importação sobre diversos alimentos, com a expectativa de que essa medida gere uma redução nos preços. Técnicos do governo apontam que itens como azeite de oliva, massas alimentícias e óleo de palma são os mais propensos a apresentar quedas significativas nos custos para os consumidores. A medida foi formalmente aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) na noite de quinta-feira (13) e entra em vigor na sexta-feira (14), sem previsão de retorno dos impostos.

Azeite de Oliva: Impacto Considerável nas Importações

O azeite de oliva é considerado um dos itens mais afetados pela medida, devido à alta alíquota de 9% que recaía sobre ele e ao grande volume de importações realizadas pelo Brasil. Em 2024, o país importou aproximadamente US$ 780 milhões em azeite, com uma produção interna limitada. Com a redução do imposto, o produto estrangeiro chegará mais barato ao mercado brasileiro, refletindo em preços mais acessíveis para o consumidor.

Massas Alimentícias: Menor Impacto, Mas Benefício Visível

As massas alimentícias também são citadas como um dos itens com potencial para queda de preços. Embora o imposto de importação anterior tenha sido de 14,4%, as compras externas de massas são mais modestas, somando US$ 62,4 milhões em 2024. Nesse caso, a produção nacional tem uma presença mais forte, o que pode fazer com que o impacto da medida seja um pouco menos expressivo. No entanto, ainda assim, a redução pode gerar uma leve diminuição nos preços, especialmente no mercado mais competitivo.

Óleo de Palma: Expansão das Cotas e Efeito Colateral

Embora o imposto sobre o óleo de palma não tenha sido alterado, o governo decidiu ampliar as cotas de importação do produto, passando de 60 mil toneladas para 150 mil toneladas. O óleo de palma é amplamente utilizado como insumo em vários produtos alimentícios, como margarinas, cremes, sorvetes, biscoitos e chocolates. Com a ampliação da oferta, a redução nos preços do óleo de palma pode impactar uma série de produtos, refletindo em um possível alívio no custo de vários itens consumidos diariamente.

Outros Produtos Impactados pela Medida

A lista de produtos beneficiados pela isenção de impostos inclui uma variedade de alimentos importantes para a cesta básica e o consumo diário, tais como:

  • Carnes desossadas de bovinos, congeladas (de 10,8% para 0%)
  • Café torrado e não torrado (de 9% para 0%)
  • Milho em grão (de 7,2% para 0%)
  • Bolachas e biscoitos (de 16,2% para 0%)
  • Óleo de girassol, em bruto (de 9% para 0%)
  • Preparações e conservas de sardinhas (de 32% para 0%)
  • Açúcares de cana (de 14,4% para 0%)

Esses itens têm um impacto direto na alimentação dos brasileiros, e a redução do imposto de importação deve beneficiar especialmente as famílias de classe média e baixa, que dependem de alimentos mais acessíveis.

Conclusão

A medida de zerar os impostos de importação de diversos alimentos tem o potencial de gerar uma queda nos preços de itens essenciais para o consumo diário, como azeite, massas e óleos. No entanto, o impacto exato dependerá de como as empresas irão repassar essa redução para os consumidores e de como o mercado interno reagirá à ampliação da oferta. A ampliação das cotas de importação de óleo de palma também pode beneficiar uma gama de produtos alimentícios, tornando-os mais acessíveis. Com isso, a expectativa é que os preços dos alimentos se tornem mais favoráveis ao bolso do consumidor, especialmente em um momento de alta inflação e incertezas econômicas.

Entretanto, é importante observar que a medida não está isenta de desafios. A dependência do Brasil de importações e os custos de produção interna podem fazer com que a redução de preços não seja tão significativa quanto o governo espera. Resta saber se os benefícios dessa política se refletirão de maneira ampla no mercado, ou se serão limitados a determinados setores.

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