O Índice da Cielo registra uma queda de 0,4% nas vendas no varejo em fevereiro
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) revelou que as vendas no varejo brasileiro caíram 0,4% em fevereiro de 2025, quando descontada a inflação, em comparação ao mesmo período de 2024. Este é o terceiro mês consecutivo de retração no comércio, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (13). A análise abrange uma série de fatores que influenciam o comportamento do consumidor, refletindo desafios tanto no mercado físico quanto no online.
Impacto do Carnaval e Efeitos Inflacionários
Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, apontou que o Carnaval, que em 2025 ocorreu em março, teve um impacto positivo nas vendas, já que, se tivesse ocorrido em fevereiro, o mês teria contado com um dia útil a menos, o que poderia agravar ainda mais o cenário de retração. Ele também destacou que os efeitos inflacionários podem ter prejudicado o poder de compra dos consumidores, intensificando o quadro de queda nas vendas. “O resultado só não foi mais negativo por conta da mudança do calendário do Carnaval”, afirmou Alves em comunicado.
Desempenho Nominal e Setorial
Apesar da queda no volume de vendas deflacionado, em termos nominais (que refletem a receita das vendas), o comércio mostrou um crescimento de 5,1%. O e-commerce teve alta de 5,4%, enquanto o comércio físico cresceu 5%. Entre os diferentes setores, os bens duráveis e os serviços apresentaram crescimento nas vendas, com alta de 1,6% e 0,5%, respectivamente. No entanto, o setor de bens não duráveis registrou uma retração de 1,4%.
Desempenho Regional
No âmbito regional, três regiões apresentaram queda nas vendas, após descontada a inflação. O Norte foi a região mais afetada, com queda de 3,1%, seguido pelo Centro-Oeste (-2,6%) e o Nordeste (-1%). Por outro lado, o Sudeste teve um pequeno crescimento de 0,3%, e o Sul, uma ligeira alta de 0,1%, mostrando um desempenho um pouco mais estável.
Conclusão
Os dados do ICVA indicam que, embora o setor varejista enfrente desafios no início de 2025, com uma série de fatores econômicos influenciando o comportamento do consumidor, ainda há segmentos que continuam apresentando crescimento, especialmente o e-commerce e bens duráveis. A expectativa é que, com a superação de desafios inflacionários e um cenário mais favorável nos próximos meses, o varejo possa começar a retomar o crescimento. Contudo, as incertezas econômicas e a diminuição do poder de compra continuam sendo obstáculos a serem enfrentados por comerciantes e consumidores.
