Frente fria se aproxima: como identificar e prevenir doenças respiratórias
Com a chegada de uma nova frente fria no Sudeste do Brasil, a previsão é de queda nas temperaturas e chuvas em algumas regiões. Além das mudanças climáticas, esse período também favorece o aumento de doenças respiratórias, como gripe, resfriado, covid-19 e alergias, incluindo rinite e sinusite. Diante disso, torna-se essencial compreender como diferenciar essas condições e quais medidas adotar para se prevenir.
Regiões afetadas pela frente fria
A partir desta segunda-feira (10), o Vale do Ribeira e o litoral sul do estado de São Paulo estão sob alerta de temporais. Além disso, a frente fria levará chuvas ao Rio de Janeiro e ao centro-sul de Minas Gerais. Por outro lado, o Espírito Santo e as regiões leste e norte de Minas Gerais não serão impactados pelas mudanças no clima.
O impacto do frio nas doenças respiratórias
A queda de temperatura, associada ao ar seco e ao maior tempo em ambientes fechados, contribui para o aumento dos casos de infecções respiratórias e alergias. Enquanto doenças virais, como gripe, resfriado e covid-19, são causadas por agentes infecciosos, alergias como rinite e asma decorrem de uma reação exagerada do organismo a elementos do ambiente, como poeira e ácaros.
O pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês, explica que as alergias são respostas exageradas do corpo a fatores que, em si, não são agressivos, como pó e ácaros. Já as infecções respiratórias são causadas por vírus e bactérias, como no caso da gripe, resfriado e covid-19. Segundo Elie Fiss, pneumologista do Hospital Oswaldo Cruz, o frio pode irritar as vias aéreas e reduzir a eficiência dos mecanismos naturais de defesa, facilitando a ocorrência dessas doenças.
Como diferenciar as doenças respiratórias?
Gripe e resfriado
Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes, como espirros, coriza e obstrução nasal. No entanto, a gripe costuma ser mais intensa, podendo incluir febre, dor no corpo e cansaço. Enquanto o resfriado afeta apenas as vias aéreas superiores, a gripe pode atingir também os pulmões. A duração dos sintomas também varia:
- Resfriado: dura cerca de 2 a 3 dias e é causado por vírus como o rinovírus e adenovírus.
- Gripe: dura de 5 a 7 dias e tem como principal agente o vírus Influenza.
Covid-19
A infecção pelo Sars-CoV-2 pode apresentar sintomas semelhantes aos da gripe, mas com a possibilidade de causar perda de olfato e paladar. Além disso, pode gerar complicações como a covid longa, condição na qual os sintomas persistem por um período prolongado. Para um diagnóstico preciso, a realização de testes é fundamental.
Diferença entre rinite, sinusite e faringite
- Rinite: de origem alérgica, afeta o nariz e é agravada por poeira e ácaros, causando coriza e congestão nasal.
- Sinusite: pode ter origem infecciosa ou alérgica e afeta os seios da face, causando dor facial, febre e cansaço em alguns casos.
- Faringite: inflamação na faringe, geralmente causada por vírus do resfriado, caracterizada por dor de garganta.
O frio e os pacientes asmáticos
A asma, uma das condições respiratórias crônicas mais comuns, pode se agravar no frio devido à exposição a ambientes fechados e ao contato com poeira acumulada em roupas e cobertores guardados. A Rede D’Or São Luiz alerta que essas condições podem desencadear crises asmáticas e dificultar a respiração.
Medidas de prevenção
Para reduzir os riscos de infecções respiratórias e alergias, especialistas recomendam algumas práticas essenciais:
- Manter o corpo hidratado;
- Evitar contato com pessoas doentes;
- Lavar as mãos frequentemente;
- Manter os ambientes ventilados e limpos;
- Evitar exposição a poeira e fumaça;
- Atualizar as vacinas contra gripe e covid-19;
- Usar roupas adequadas para o frio;
- Adotar hábitos saudáveis, como boa alimentação, sono adequado e prática de exercícios físicos.
Conclusão
Com a chegada da frente fria, é fundamental redobrar os cuidados com a saúde respiratória. Diferenciar os sintomas das doenças mais comuns e adotar medidas preventivas são atitudes essenciais para evitar complicações e manter o bem-estar. Seguindo as recomendações médicas e mantendo uma rotina saudável, é possível enfrentar esse período com mais segurança e qualidade de vida.