Militares do Exército contestam Cid e refutam a alegação de dever funcional
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, acusado de tentativa de golpe, de que teria apenas cumprido ordens e agido conforme seu dever funcional ao atender à Presidência da República, foi mal recebida pelos integrantes do comando do Exército. Durante uma conversa com a CNN, militares do Exército deixaram claro que, antes mesmo da investigação, Cid já havia sido alertado diversas vezes sobre os limites da sua atuação em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alerta Interno: Limites Ultrapassados
Militares de alta patente apontaram que Cid já havia sido aconselhado a não ultrapassar certos limites em sua proximidade com Bolsonaro, algo que, ao longo do tempo, parecia não ser respeitado. Além disso, situações em que o ex-ajudante de ordens aparece em vídeos nas redes sociais ao lado de Bolsonaro foram citadas como exemplos de uma postura incompatível com as atribuições militares. A avaliação de alguns generais é de que Cid estava sendo advertido, mas escolheu ignorar esses conselhos, se sentindo cada vez mais poderoso e afastado da disciplina militar.
A Defesa de Cid: Não Havia Plano de Golpe
Em sua defesa, Cid reiterou que jamais agiu com a intenção de participar de um golpe no país. No entanto, a investigação sobre o caso seguiu uma linha diferente, apontando que sua conduta estava longe de ser uma simples obediência às ordens de um superior. Pelo tempo de serviço e pela posição que ocupava, Cid já poderia ter sido promovido de tenente-coronel a coronel, mas após os recentes indiciamentos, seu nome foi retirado da lista de promoções.
Outras Acusações Contra Cid
Além das acusações relacionadas à tentativa de golpe, Mauro Cid também é investigado por sua possível ligação com o caso das joias sauditas e por fraude no cartão de vacinas. As investigações continuam, e a imagem do tenente-coronel dentro do Exército segue sendo amplamente questionada.
Conclusão
A defesa de Mauro Cid não foi suficiente para dissipar as preocupações e críticas dentro do Exército. A percepção dos militares é de que ele não apenas ultrapassou os limites estabelecidos, mas também desconsiderou conselhos importantes, se distanciando das normas e condutas esperadas de um oficial. As investigações continuam a revelar o impacto de suas ações, e a carreira de Cid, que já foi promissor, agora enfrenta sérios obstáculos. O caso levanta questões sobre a disciplina militar e os limites do poder dentro das forças armadas.