Lula busca uma “revolução na segurança” e espera que o Congresso aprove a PEC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou sua expectativa de que o Congresso Nacional aprove a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, com o objetivo de promover uma transformação na área de segurança pública no Brasil. Em entrevista à TV Record, nesta quinta-feira (27), o presidente detalhou suas expectativas em relação ao processo de votação da PEC e destacou o papel da União na gestão da segurança.
Objetivos da PEC e a Discussão com Governadores
A PEC da Segurança, apresentada recentemente pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, está gerando discussões entre os governadores dos estados. Durante a apresentação do texto, os 27 governadores expressaram preocupações sobre a possível interferência da União na autonomia dos estados, principalmente em relação à gestão da segurança pública.
Lula afirmou que a PEC busca definir o papel do governo federal em colaboração com os estados e a Polícia Federal. Ele explicou que a proposta visa um alinhamento entre as diferentes esferas de governo para fortalecer o enfrentamento ao crime. “Queremos definir qual é o papel do governo federal, onde a Polícia Federal entra e como podemos colaborar com os estados”, afirmou o presidente.
A Proposta de Lewandowski e as Garantias de Autonomia dos Estados
A proposta de Lewandowski especifica que as responsabilidades da União no setor de segurança não podem excluir as competências dos estados e do Distrito Federal. Além disso, a PEC garante que a subordinação das polícias militares, civis e penais, assim como dos corpos de bombeiros militares, deve continuar sob a responsabilidade dos governadores.
O ministro Ricardo Lewandowski, em entrevista coletiva, reafirmou que a União não tem interesse em interferir na gestão das polícias estaduais, destacando que o objetivo é buscar soluções conjuntas para os desafios da segurança pública no Brasil.
A Visão de Lula sobre o Crime Organizado e a Necessidade de Ações Inteligentes
Lula também abordou a gravidade da situação relacionada ao crime organizado no país. O presidente afirmou que o crime organizado se tornou uma verdadeira indústria, com ramificações no judiciário, no futebol, na política e até no exterior. Ele destacou a necessidade de enfrentar essas organizações de forma inteligente e estratégica, afirmando que o crime atualmente possui armamentos mais poderosos do que os das forças policiais.
“O crime organizado é uma indústria. Ele tem braços em vários setores e precisa ser combatido com inteligência. Não queremos que a polícia aja sem perguntar, é fundamental que a atuação seja planejada e eficaz”, afirmou o presidente.
A PEC da Segurança e as Expectativas para o Governo
Lula tem apostado na aprovação da PEC da Segurança como uma estratégia para aumentar a popularidade de seu governo. O projeto tem grande apoio dentro da base governista, especialmente por parte de ministros da ala interna, mas também enfrenta resistências, como a do ministro Rui Costa, da Casa Civil, que ainda está revisando a proposta antes de sua formalização no Congresso.
Apesar disso, o presidente se mostrou otimista quanto à aprovação da PEC e reforçou sua confiança em que a medida será crucial para “fazer uma revolução na segurança brasileira”, garantindo maior tranquilidade para a população.
Conclusão
A PEC da Segurança representa uma tentativa do governo Lula de reestruturar a segurança pública no Brasil, com foco em maior colaboração entre a União e os estados. Embora enfrente críticas e preocupações sobre a autonomia dos governadores, a proposta reflete a urgência de se combater o crime organizado e as forças que operam fora do alcance das autoridades. A aprovação da PEC será um passo importante, não apenas para definir o papel das diferentes esferas de governo, mas também para enfrentar um dos maiores desafios do Brasil: a segurança da população.