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Mark Ruffalo sobre “Mickey 17”: “Todo ditador arrogante acaba perdendo no final”

O aguardado filme Mickey 17, dirigido por Bong Joon Ho, já está gerando grandes expectativas, especialmente pelo elenco e pelas temáticas profundas abordadas na trama. No longa, que mistura ficção científica com críticas sociais, o ator Mark Ruffalo assume o papel de Kenneth Marshall, um político vilanesco cujas ações tirânicas ameaçam o destino da humanidade. Durante a estreia mundial do filme em Londres, Ruffalo compartilhou suas reflexões sobre o personagem e a relevância de sua história diante do cenário político atual.

Um Vilão Com Base em Ditadores Reais

Mark Ruffalo descreveu seu personagem como uma fusão dos “pequenos ditadores” que surgiram ao longo do último século. Kenneth Marshall é um ex-congressista egocêntrico que, junto com sua esposa maquiavélica interpretada por Toni Collette, se junta à missão espacial com seus próprios interesses obscuros. O ator detalhou como a inspiração para o vilão vem de uma série de déspotas reais, o que ajudou a construir o caráter tirânico do personagem.

Em suas palavras, Ruffalo explicou que Marshall representa uma figura autoritária com um forte toque de nacionalismo e fanatismo religioso, características que ele acredita serem “meio proféticas”, especialmente diante da situação política do mundo. O ator destacou ainda que, para ele, a moral da história é clara: “todos esses ditadores acabam do mesmo jeito”, sem sustentar seu poder a longo prazo.

A Luta Entre O Bem e O Mal: A Vitória das Pessoas

Ruffalo afirmou que interpretar o vilão foi “muito divertido”, mas também uma oportunidade para refletir sobre como os líderes tirânicos inevitavelmente falham. O ator declarou que a mensagem central do filme é a eterna vitória do povo sobre aqueles que abusam de seu poder. “Pode ser brutal até chegar lá, mas todos esses caras terminam da mesma forma. Não é sustentável”, pontuou, acrescentando que o filme transmite uma mensagem de esperança: “As pessoas sempre vencem, e eles sempre perdem.”

O ator ressaltou ainda que personagens como Kenneth Marshall são “egoístas demais, centrados demais em si mesmos, arrogantes demais, estúpidos demais e insanos demais para triunfar”. Para Ruffalo, isso ressoa não apenas como uma crítica social, mas como uma lição de que o poder absoluto nunca se sustenta.

A Relevância Política de “Mickey 17”

O filme, que chega aos cinemas sul-coreanos em 28 de fevereiro e ao Brasil no dia 6 de março, tem gerado discussões sobre suas correlações com figuras políticas reais. Toni Collette, que interpreta a esposa maquiavélica de Marshall, comentou que a obra tem uma conexão clara com eventos políticos atuais, especialmente após a intensificação das tensões globais nos últimos anos. “O elenco estava ciente das paralelidades políticas durante as filmagens, mas desde então as coisas escalaram”, observou a atriz, sugerindo que o filme, agora mais do que nunca, é pertinente.

Enquanto isso, Steven Yeun, outro integrante do elenco, afirmou que sua principal preocupação durante as filmagens foi seguir a visão criativa do diretor Bong Joon Ho. “Com Bong no comando, estávamos apenas seguindo a liderança dele”, disse Yeun, ressaltando que o projeto também é uma exploração criativa que vai além do contexto político.

Conclusão

Mickey 17 se destaca como uma obra cinematográfica não apenas pela sua trama complexa de ficção científica, mas também pela crítica incisiva ao poder, ao ego e à tirania. Mark Ruffalo, ao interpretar um vilão cujas atitudes refletem as de líderes autoritários da história, nos faz refletir sobre a fragilidade do poder absoluto e a importância da resistência popular. Com a direção de Bong Joon Ho, o filme promete ser um potente reflexo das questões políticas atuais, enquanto oferece uma visão otimista, de que, no final, o povo sempre prevalecerá sobre as forças que tentam oprimi-lo.

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