Russos e americanos se encontram na Arábia Saudita para discutir o fim da guerra na Ucrânia
Delegações da Rússia e dos Estados Unidos se encontram nesta segunda-feira (18) na Arábia Saudita para discutir a guerra na Ucrânia. A reunião faz parte dos esforços do presidente norte-americano, Donald Trump, que tem mantido conversas com o líder russo, Vladimir Putin, na tentativa de reabrir negociações e buscar uma solução para o conflito.
Representando a Rússia, participam do encontro o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e o assessor do Kremlin, Yury Ushakov. Pelo lado dos Estados Unidos, estão presentes o conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial, Steve Witkoff. Além disso, autoridades sauditas também acompanham as discussões.
No entanto, a ausência notável é a do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que se encontra em visita à Turquia. Apesar de Trump ter declarado que Kiev teria espaço na mesa de negociações, Zelensky afirmou não ter recebido convite para participar do encontro.
Autoridades americanas esclareceram que a reunião não tem como foco direto o fim da guerra, mas sim um entendimento inicial entre Washington e Moscou para viabilizar negociações de paz. “Este é o segundo passo para avaliar se os russos estão realmente comprometidos com o diálogo”, declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
Preocupação europeia
Paralelamente ao encontro na Arábia Saudita, líderes europeus se reuniram para discutir a abordagem dos Estados Unidos em relação ao conflito. Há inquietação sobre o fato de Trump estar conduzindo as tratativas diretamente com Putin, sem a participação da Ucrânia e da Europa.
“Se Trump conseguir convencer Putin a cessar a agressão contra a Ucrânia, será uma ótima notícia. No entanto, apenas os ucranianos podem liderar um processo de paz sólido e duradouro. Nós, europeus, também precisamos reforçar nossa segurança coletiva”, afirmou o presidente da França, Emmanuel Macron.
Na segunda-feira (17), Macron organizou uma cúpula de emergência para debater a guerra. Após o encontro, conversou com Zelensky, que reiterou sua posição contrária a qualquer acordo firmado exclusivamente entre Rússia e Estados Unidos.
“As garantias de segurança precisam ser firmes e confiáveis. Qualquer decisão sem essas garantias, como um cessar-fogo frágil, seria apenas mais um engano da Rússia e um prelúdio para um novo conflito contra a Ucrânia ou outras nações europeias. Garantir uma paz robusta e duradoura é essencial e só pode ser alcançado por meio de compromissos sólidos”, declarou Zelensky.