PT retoma eleições diretas após 12 anos
Após 12 anos de eleições indiretas, o Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar as eleições diretas para a escolha de sua presidência. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN. A mudança marca um retorno ao formato mais democrático, em que todos os filiados têm a oportunidade de votar diretamente no presidente do partido e na direção local, sem a mediação de um colégio eleitoral.
Histórico das Últimas Eleições
Nas últimas duas eleições internas, em 2017 e 2019, a deputada Gleisi Hoffmann foi eleita e reeleita presidente do PT, com o apoio explícito de Luiz Inácio Lula da Silva. Durante esses pleitos, o partido adotou um modelo híbrido, no qual as eleições eram indiretas, com a escolha de lideranças sendo feita por um colegiado, ao invés de todos os filiados.
Pressão Interna pela Mudança
Nos últimos meses, cresceu dentro do PT a pressão pela volta das eleições diretas. O ex-ministro José Dirceu, um dos membros mais influentes da legenda, fez campanha a favor dessa mudança. Além disso, os grupos de esquerda dentro do PT, como a Democracia Socialista e a Resistência Socialista, apresentaram uma proposta para que o modelo híbrido fosse mantido. No entanto, essa proposta foi derrotada de forma contundente, com 61 votos a favor das eleições diretas e 24 votos contra.
A Visão de Jilmar Tatto
Em entrevista à CNN, o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário nacional de Comunicação do PT, destacou os benefícios da eleição direta, defendendo que ela é “mais democrática”. Para ele, esse formato garante o pleno direito dos filiados de escolherem desde a presidência nacional do PT até as lideranças municipais. Ele criticou o modelo indireto, afirmando que ele não representa a verdadeira vontade dos membros do partido.
Conclusão
O retorno das eleições diretas no PT simboliza uma vitória para a democracia interna do partido. Ao garantir que todos os filiados tenham voz direta na escolha de suas lideranças, o PT reforça sua tradição de engajamento popular e participação ativa dos seus membros na construção de sua direção. Esse movimento pode também influenciar outros partidos a refletirem sobre a importância da transparência e da participação plena nas decisões internas.