Economia

Galípolo aponta que ainda existem incertezas quanto aos impactos do “efeito Trump”.

O cenário econômico global ainda permanece volátil devido às incertezas em torno das medidas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará após seu retorno à Casa Branca. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), abordou essa questão durante um encontro com industriais em São Paulo na última sexta-feira (14). Para Galípolo, o mercado ainda está tentando compreender os efeitos concretos das ações de Trump, em especial no que diz respeito à política tarifária e suas repercussões globais.

Volatilidade no Mercado e Perspectivas de Mudança

Em seu discurso, Galípolo destacou que o mundo se encontra em um cenário de “mudança e complexidade global”, o que gera uma grande dificuldade para prever os próximos passos no cenário econômico. Ele se referiu a uma percepção do mercado, segundo a qual as políticas de Trump poderiam resultar em um aumento de preços nos Estados Unidos, seguidas por uma alta nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o que teria como consequência uma valorização do dólar e uma desvalorização de outras moedas, incluindo o real.

Porém, ao não estabelecer tarifas abrangentes imediatamente após assumir a presidência, Trump deu um alívio momentâneo aos mercados. Esse comportamento resultou na valorização da moeda brasileira: desde a posse de Trump, o real se apreciou mais de 5%, saindo da marca dos R$ 6 para os R$ 5,70.

Os Desafios da Incerteza Econômica

Galípolo observou que o grande desafio atual está na “incerteza” quanto às políticas que Trump poderá adotar e seus efeitos a longo prazo. Ele explicou que essa incerteza ainda pesa sobre os preços dos ativos no mercado financeiro. O presidente do BC enfatizou que, enquanto o mercado aguarda as próximas medidas de Trump, o prêmio de risco relacionado a essa incerteza continua a influenciar os preços e a volatilidade das moedas.

Conclusão

O retorno de Trump ao cargo presidencial tem gerado um cenário de incertezas que ainda afeta o mercado financeiro global. As expectativas em torno de uma política tarifária agressiva e a possibilidade de mudanças nas taxas de juros norte-americanas são fatores que precisam ser monitorados com cautela. A atual valorização do real frente ao dólar mostra como o mercado está reagindo a essas indefinições.

É essencial que os agentes econômicos continuem acompanhando de perto as ações da administração Trump, uma vez que qualquer mudança repentina nas políticas comerciais ou monetárias dos EUA pode impactar de forma significativa os mercados globais, incluindo o Brasil. A postura cautelosa e de espera do mercado será determinante para os próximos meses, até que a volatilidade dê lugar a um cenário mais claro.

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