BDM: Trump pode anunciar tarifas recíprocas, e Brasil pode ser afetado
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quinta-feira (13) a implementação de tarifas recíprocas, um movimento que pode afetar diretamente a economia brasileira. A medida busca equilibrar as condições comerciais entre os dois países, que têm uma disparidade significativa nas taxas de importação. Atualmente, o Brasil cobra em média 11% sobre os produtos importados dos Estados Unidos, enquanto os EUA aplicam apenas 2% sobre as importações de produtos brasileiros. Essa diferença coloca o Brasil sob o radar das novas políticas protecionistas de Trump, o que pode gerar consequências para o comércio bilateral.
Impacto das tarifas no comércio Brasil-EUA
Com a implementação das tarifas recíprocas, o Brasil pode enfrentar um aumento nos custos das suas exportações para os Estados Unidos. Isso pode prejudicar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano e afetar a economia de setores que dependem fortemente dessas exportações. A medida, embora voltada para equilibrar a balança comercial, também pode gerar atritos diplomáticos e comerciais entre as duas nações, impactando diretamente as relações econômicas.
Inflação nos EUA e suas implicações no mercado financeiro
Enquanto o Brasil se prepara para os possíveis efeitos das tarifas, os investidores internacionais estão atentos aos dados de inflação nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) deve mostrar uma aceleração de 0,3% em janeiro, após registrar 0,2% em dezembro, com uma expectativa de 3,3% no acumulado de 12 meses. Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) surpreendeu ao subir 0,5% em janeiro, superando as previsões. A piora nos indicadores de inflação nos EUA tem levado investidores a reavaliar suas expectativas sobre cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2025. Embora a expectativa majoritária ainda seja de uma redução de 0,25 ponto percentual, cresce a possibilidade de o banco central americano manter as taxas inalteradas devido ao aumento da inflação.
Varejo brasileiro e desaceleração econômica
No Brasil, o mercado está focado na divulgação dos dados sobre as vendas no varejo, que indicam uma possível desaceleração econômica no quarto trimestre de 2024. As vendas no varejo recuaram 0,1% em dezembro em comparação com novembro, embora tenham registrado uma alta de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse cenário reflete uma economia brasileira ainda em recuperação, mas com sinais de enfraquecimento no setor de consumo.
Conclusão
O cenário econômico global continua sendo desafiador, com os mercados atentos às ações dos governos e bancos centrais, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O anúncio das tarifas recíprocas por Trump e os dados inflacionários nos EUA podem provocar impactos no comércio internacional e nas expectativas dos investidores. No Brasil, a desaceleração econômica também levanta preocupações sobre o futuro próximo. As decisões políticas e econômicas dos próximos meses serão cruciais para determinar os rumos dessas economias, especialmente com relação à política monetária e ao comércio internacional.