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Deputado solicita o afastamento de Fukunaga da presidência da Previ

Nesta terça-feira (11), o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) solicitou, por meio de ofício enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), o afastamento imediato de João Luiz Fukunaga da presidência da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ). O pedido surge no contexto da abertura de uma auditoria pelo TCU para investigar o fluxo negativo de R$ 14 bilhões registrado no Plano 1 da Previ entre janeiro e novembro de 2024.

Segundo o deputado, a situação da Previ atingiu um “ponto alarmante”, e ele argumenta que Fukunaga não possui a experiência necessária para ocupar o cargo, apesar de estar à frente da entidade. O congressista defende que a manutenção de Fukunaga à frente da Previ em um momento de crise é um desrespeito aos trabalhadores que contribuíram para o fundo com a expectativa de um futuro seguro.

Fundações do Pedido e Reações

Em seu ofício, o deputado destacou que, mesmo diante de evidentes falhas técnicas, o presidente da Previ continua à frente da gestão do fundo, o que poderia afetar o futuro da instituição. O documento foi endereçado ao presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, que se comprometeu a conduzir a auditoria com urgência. Até o momento, o TCU não se manifestou sobre o pedido de afastamento.

No entanto, outra solicitação semelhante foi feita na semana passada pelo deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC), que questionou a capacitação de Fukunaga para gerir o fundo. Este pedido coincide com a avaliação de que o presidente da Previ não possui as qualificações necessárias para a governança financeira do fundo.

Posicionamento da Previ e Justificativas de Fukunaga

Em resposta ao pedido de afastamento, a Previ declarou que a auditoria aberta pelo TCU não é motivo para alarmismo, uma vez que, segundo a fundação, seus planos estão em equilíbrio. A fundação ainda ressaltou que, apesar da volatilidade observada em 2024, os planos continuam a ser superavitários, com um resultado acumulado de R$ 528 milhões até novembro. A Previ também garantiu que, até o momento, não há risco de contribuição extraordinária por parte dos associados ou do Banco do Brasil, destacando a solidez financeira da entidade ao longo de 120 anos de existência.

João Fukunaga, presidente da Previ, classificou a abertura da auditoria como parte de um “movimento político” para atacar sua gestão, mas não detalhou quem estaria por trás desse movimento. A Previ também não especificou se a auditoria do TCU seria política ou técnica, levantando uma série de dúvidas sobre o caráter da investigação.

Impacto das Perdas e as Ações da Previ

A perda de R$ 14 bilhões no Plano 1 da Previ foi uma das principais razões para a auditoria do TCU. O valor em questão causou grande preocupação entre os associados e os representantes do setor. A fundação, em sua defesa, afirmou que a grande volatilidade observada em 2024 foi um fator determinante para as perdas, mas que os planos estão em equilíbrio graças ao bom desempenho registrado em 2023.

Além disso, a Previ alegou que, para evitar prejuízos futuros, a fundação deveria ter adotado mecanismos de proteção para os investimentos dos beneficiários, mas não forneceu detalhes específicos sobre tais medidas. Em entrevista ao “Valor Econômico”, Fukunaga ressaltou que as perdas no fundo são uma consequência de flutuações do mercado, enquanto os opositores da gestão questionaram a falta de ações preventivas.

Conclusão

O pedido de afastamento de João Fukunaga e a auditoria do TCU levantam questões cruciais sobre a gestão da Previ, principalmente no que diz respeito à governança financeira e à capacidade de resposta da instituição em momentos de crise. A pressão política e os questionamentos sobre a qualificação do presidente evidenciam um momento de tensão, mas também abrem caminho para um debate mais amplo sobre a necessidade de uma gestão técnica e responsável nos fundos de previdência.

Enquanto o TCU se prepara para concluir a auditoria, os próximos passos dependerão da postura do governo, da transparência nas investigações e da necessidade de reavaliar as estratégias de proteção do fundo para garantir a segurança e o futuro dos seus associados. O foco agora está na estabilização da Previ e na busca por soluções que possam restaurar a confiança dos trabalhadores que contribuíram para o fundo ao longo dos anos.

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